Agência do Banco Bradesco passa por tentativa de furto em Marabá

Uma tentativa de roubo à agência do Banco Bradesco do Núcleo Nova Marabá, localizado na Folha 31, foi frustrada na manhã desta sexta-feira (12), quando um segurança percebeu a atitude estranha de um inspetor que trabalha no local. O funcionário estava com um suposto explosivo amarrado ao corpo e a quadrilha responsável pelo crime tentava roubar um valor ainda não divulgado utilizando o método conhecido como “sapatinho”.

De acordo com o superintendente de Polícia Civil do Sudeste do Pará, delegado Marcelo Delgado, o funcionário e nove familiares foram rendidos por cinco homens ainda na noite de quinta-feira (11) e mantidos em cárcere privado, amarrados, durante toda a noite. De manhã foi colocado o artefato preso ao corpo do funcionário e os bandidos o mandaram ir à agência, sacar o dinheiro, enquanto mantinham as demais vítimas reféns.

“O crime é praticado na modalidade conhecida como ‘sapatinho’, onde os assaltantes sequestram as vítimas durante a noite, passam a madrugada com elas e pela manhã obrigam o funcionário a ir até a agência para poder retirar o dinheiro e pagar o resgate pelas vítimas em poder deles”, explica o delegado. A vítima, no entanto, chegou ao banco em horário diferente do normal e sequer tinha acesso aos cofres para fazer o saque da quantia, o que chamou a atenção.

“O segurança do Banco Bradesco percebeu a atitude estranha do inspetor até por que ele não tem chave, não é o gerente da agência. Então o segurança acionou a gerência informando que havia algo estranho em ele fazer os procedimentos que estava fazendo e imediatamente as polícias Civil e Militar foram acionadas e fomos para a agência, onde frustramos o pagamento do resgate”, declarou.

Após identificar que o funcionário do banco tinha suposto explosivo preso ao seu corpo, foram acionados o Exército Brasileiro e o Centro de Perícias Científicas “Renato Chaves” para que o artefato fosse retirado com segurança. “Eles colocaram o artefato no funcionário a fim de intimidá-lo. Por precaução, seguimos algumas diretrizes de segurança, acionando os dois órgãos para acompanhar, levamos até um local seguro e fizemos a detonação, a fim de que não pudesse lesionar cidadãos ou agentes da Segurança Pública”.

O superintendente relata que ao perceberem que o roubo havia sido frustrado, com a presença de viaturas policiais em frente à agência, os bandidos liberaram as vítimas em um loteamento afastado, na saída de Marabá em direção a São Domingos do Araguaia, área pouco habitada. “É uma região de mato e assim que liberaram os reféns fizeram pressão psicológica para que eles não procurassem a polícia por determinado tempo. Eles, com medo, demoraram a entrar em contato, mas quando conseguiram falaram conosco, fizemos a diligência e os encontramos”.

Até o fechamento desta edição, na noite desta sexta-feira, ninguém havia sido preso. “Não houve prisões, eles conseguiram fugir. Imediatamente acionamos todas as guarnições da Polícia Militar também em municípios vizinhos, inclusive o Grupamento Aéreo de Segurança Pública (Graesp) que utilizou o helicóptero para auxiliar nas buscas, mas ninguém foi encontrado. A partir de agora vamos trabalhar a questão investigativa, a partir dos vestígios deixados para trás, realizando o trabalho técnico”, afirmou o delegado.

Conforme ele, a prioridade é identificar os autores do crime. “Nós não descartamos qualquer possibilidade, é um início de investigação. Eles tiveram tempo para arquitetar o crime, mas cometeram falhas e é atrás disso que vamos. Eles, por exemplo, sequestraram a família de um inspetor que sequer tem acesso ao cofre, isso já demonstra que eles não tinham tanto preparo em relação ao caso”.

A Polícia Civil irá colher o depoimento das vítimas e analisar possíveis imagens de câmeras de segurança que possam ajudar na identificação dos envolvidos no crime. Sabe-se, até o momento, que pelo menos dois veículos foram utilizados pelos criminosos durante a ação.

SAIBA MAIS

O CORREIO entrou em contato com a assessoria de comunicação do Banco Bradesco, por e-mail, na tarde desta sexta-feira. O banco, no entanto, se posicionou afirmando que não irá comentar o assunto.

(Luciana Marschall com informações de Evangelista Rocha)

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