Viver é respirar ciência, do alarme que toca para acordarmos ao que comemos, vestimos e usamos para nos locomover ou nos conectar com o mundo. Todas essas invenções surgiram a partir de estudos científicos. Mas, embora a ciência esteja presente no nosso dia a dia, nas salas de aula, os estudantes brasileiros têm apresentado dificuldades no seu aprendizado, conforme revelou a última edição do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), realizada em 2022. De acordo com o Pisa, menos de 50% dos educandos conseguiram um nível mínimo de aprendizado em matemática e ciências.
Em Marabá, no sudeste do Pará, um projeto da Estação Conhecimento, espaço mantido pela Fundação Vale, tem ajudado a despertar o interesse pela ciência em estudantes de escolas públicas municipais. Conhecida como Laboratório Maker e fazendo parte do projeto “Educação Científica e Tecnológica”, promovido pela instituição, a iniciativa ajuda na formação do senso crítico dos participantes e exercita comportamentos como colaboração, investigação e reconhecimento de problemas reais.
Com as próprias mãos, os alunos já conseguiram reproduzir no laboratório objetos como um protótipo de foguete, que alcançou voo de 115 metros usando água e ar comprimido como combustível. Quando estudaram sobre o início das telecomunicações, eles construíram um telégrafo audiovisual para se comunicarem por código morse. Também já fabricaram um livreto digital e células braille.
Com isso, a iniciativa contribui para preparar os alunos para assumirem o protagonismo no processo de aprendizagem e os encoraja a pensarem em soluções para os desafios encontrados durante as experiências em sala de aula.
Aluna nota dez
“No laboratório, estudamos sobre mulheres negras na ciência. Isso foi bastante importante para mim porque, na escola, quando participei de uma atividade sobre consciência negra, tive a oportunidade de falar sobre essas mulheres e explicar um pouco sobre a cultura africana”, comenta a estudante.
Da teoria à prática
“Nossa metodologia estimula os participantes a mergulharem em um ambiente criativo, de investigação e levantamento de hipóteses. Então, a partir de conhecimentos científicos e de avanços tecnológicos, eles descobrem que são capazes de construir coisas que, até então, pareciam impossíveis”, afirma.
A gestora ressalta a importância da alfabetização científica para o exercício da cidadania e transformação social. “Esses alunos podem se apropriar do conhecimento científico para contribuir com a realidade do local onde vivem, já que são estimulados a desenvolver o pensamento científico e o senso crítico”, explica Audileide.
Sobre a Estação Conhecimento Marabá
Mantida pela Fundação Vale, a Estação Conhecimento Marabá é um espaço dedicado ao atendimento integral de famílias do núcleo São Félix e arredores. A instituição promove atividades gratuitas nas áreas de educação, saúde, esporte, cultura e assistência psicossocial, alinhadas às políticas públicas. O trabalho é realizado por equipes multiprofissionais, em conjunto com a rede intersetorial de Marabá.
Sobre a Fundação Vale
Criada há 53 anos, a Fundação Vale busca contribuir com o desenvolvimento social nos territórios onde a Vale atua, por meio do fortalecimento de políticas públicas e da atuação conjunta com instituições parceiras, somando esforços para transformar a realidade dos públicos atendidos pelos programas. Para mais informações, acesse www.fundacaovale.org