Deputados mostram indignação diante do acidente na Alça Viária

Foto: Ozeas Santos | Alepa

Os deputados estaduais manifestaram em plenário nesta terça-feira (09.04) sua estranheza e indignação com o acidente ocorrido na madrugada do último sábado (06.04), quando a  terceira ponte da Alça Viária caiu sobre o Rio Moju. O acidente foi na área do município do Acará, vizinho da cidade de Moju, com possibilidade de vítimas fatais.

Testemunhas informaram às autoridades que viram dois carros na ponte durante o acidente. Os deputados pediram ainda investigação sobre as causas do sinistro, providências para minimizar os impactos, assim como a reconstrução do trecho que caiu.

Investigações preliminares apontam que a embarcação que colidiu com a estrutura da ponte não tinha licença para o transporte da carga. Ela levava resíduos de dendê.

Em 2014, uma outra ponte caiu, localizada ao lado do perímetro urbano do município de Moju. Entre elas, um ponto em comum: ambas caíram após um pilar ser atingido por balsas. Dessa vez a estrutura caiu depois de a  balsa colidir com o oitavo dos 19 pilares de sustentação da ponte. Esse sinistro está sendo considerado de maior proporção e complexidade, devido à localização do acidente, afastado de área urbana, o que demandará ações mais complexas de retomada da trafegabilidade no trecho.

Para o deputado Eliel Faustino (DEM), o acidente chocou a população. “E prejudicou em muito a economia e o transporte de cargas e de passageiros, porque onde aconteceu não tem infraestrutura próxima”, destacou.

“O que ficou bem claro é que as pontes não têm segurança, as pilastras não possuem proteção”, avaliou o deputado Ângelo Ferrari (PR). Para ele é inadmissível se jogar uma ponte fora a cada acidente que ocorra, referindo-se ao outro acidente, ocorrido em 2014, em outro trecho do Rio Moju, com a ponte atingida sendo reinaugurada somente em 2018.

“Todo o paraense deve estar dizendo:” mais uma vez aconteceu”, expressou o deputado Jaques Neves, indignado. Para ele, as pontes no Pará não têm sistema de proteção flutuante dos pilares como existe em outros lugares. Ele cobrou fiscalização e vigilância. No episódio anterior, o Governo do Estado passou três anos pagando o transporte de balsa de graça, além da reconstrução da ponte. “Quem tem que pagar a conta desse é o comandante, o dono da balsa, é o contratante e a própria Capitania que recebe para fazer vigilância e não fez”, exigiu.

Para o deputado Orlando Lobato (PMN), o acidente é bastante grave pelos danos materiais que causou ao derrubar um patrimônio.  Para ele ser reerguido, o estado terá que desembolsar mais de cem milhões de reais que poderiam ser empregados em outras prioridades. “O outro grande dano é o transtorno para as pessoas que alteram a regularidade do uso da PA150 e das quatro pontes pra toda a população do estado, porque prejudica diretamente na cidade causando o engarrafamento e grande demora para fazer a travessia”, assinalou.

“Foi uma coisa absolutamente incrível, eu desconheço um outro exemplo de ponte que tenha sido destruída  nessa proporção”, expressou o deputado Toni Cunha (PTB). Para ele, o acidente trará grandes prejuízos para a economia e para o contato das cidades do interior com a capital. Para o deputado, houve negligência, ele pediu maior controle para a navegação de cargas e produtos e proteção para os pilares das pontes da Alça Viária.

O deputado Jaques Neves vai pedir uma reunião com os órgãos de fiscalização do Estado para esclarecimentos do ocorrido. Já o deputado Orlando Teixeira requereu maior fiscalização sobre o transporte de balsas e o rigor no cumprimento de portaria que interdita a navegação noturna. Por outro lado, solicitou a isenção da interdição de embarcações iguais ou inferiores a uma tonelada de arqueação bruta.

Texto: Carlos Boução / Assessoria de Imprensa e Divulgação da Alepa

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