Aprovada por unanimidade, GREVE no Pará começa no dia 6
Com o auditório do Sindicato dos Bancários do Pará lotado, bancários e bancárias presentes na assembleia geral realizada na noite desta quinta-feira (1º/10) aprovaram a orientação do Comando Nacional deflagração de greve nacional da categoria, por tempo indeterminado, a partir do dia 6 de outubro.
Para os trabalhadores, era impossível aceitar a proposta apresentada pela Fenaban de 5,5% de reajuste salarial e abono de R$ 2.500,00 não incorporado ao salário e nem às demais verbas salariais.
O Comando Nacional dos Bancários ressalta que desde a entrega da minuta, em 11 de agosto, aguarda que a Fenaban faça uma proposta que contemple o reajuste do salário dos bancários pela inflação do período acrescido de um ganho real que valorize os trabalhadores, além de outras reivindicações.
Porém, diante do retrocesso proposto pelos bancos e do desrespeito apresentado pelos banqueiros nas mesas de negociações, o Comando Nacional dos Bancários indicou rejeição da proposta e aprovação de greve a partir do dia 6 outubro.
Os representantes dos bancários enviaram carta à Federação dos Bancos, nesta quarta-feira (30), reforçando que estão abertos a ouvir propostas neste sentido.
“Essa proposta não repõe sequer a inflação de 9,88% acumulada no período, e também não responde às reivindicações de mais contratações, melhorias de condições de trabalho e de segurança nas agências, igualdade de oportunidades, dentre outras demandas. Por isso, a partir do próximo dia 6 iniciaremos uma forte greve nacional, para derrotar a ganância dos banqueiros e garantir nossos direitos. Convocamos toda a categoria a construir uma greve forte em todo país, pois somente assim seremos vitoriosos”, destaca a presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Rosalina Amorim.
“Agora é hora de ir a luta, de parar todas as agências, de a categoria estar unificada, coesa, e com o espírito combativo e aguerrido que é a nossa marca histórica, pois com organização, unidade e muita luta conseguiremos avançar em nossas reivindicações por melhores salários e melhores condições de trabalho. Vamos à luta até a vitória”, conclama o secretário executivo da Contraf-CUT, Adilson Barros.
Organização da greve – Na próxima segunda-feira (5), às 19 horas, na sede do Sindicato em Belém e nas subsedes de Marabá e Santarém, haverá reunião com a categoria para organizar o início da greve no dia 6. Desde já todos e todas estão convocados.
# Confira as reivindicações da categoria:
Reajuste salarial de 16%. (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real);
PLR: 3 salários mais R$7.246,82;
Piso: R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último);
Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional);
Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários;
Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas;
Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários;
Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós;
Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários;
Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
# Confira a proposta dos bancos rejeitada em assembleia:
Reajuste de 5,5% (representa perda de 4% para os bancários em relação à inflação de 9,88%);
Piso portaria após 90 dias – R$ 1.321,26;
Piso escritório após 90 dias – R$ 1.895,25;
Piso caixa/tesouraria após 90 dias – R$ 2.560,23 (salário mais gratificação, mais outras verbas de caixa);
PLR regra básica – 90% do salário mais R$ 1.939,08, limitado a R$ 10.402,22. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 22.884,87;
PLR parcela adicional – 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 3.878,16;
Antecipação da PLR – Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva. Pagamento final até 01/03/2016;
Regra básica – 54% do salário mais fixo de R$ 1.163,44, limitado a R$ 6.241,33 e ao teto de 12,8% do lucro líquido – o que ocorrer primeiro;
Parcela adicional – 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2015, limitado a R$ 1.939,08;
Auxílio-refeição – R$ 27,43;
Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta – R$ 454,87;
Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) – R$ 378,56;
Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses) – R$ 323,84;
Gratificação de compensador de cheques – R$ 147,11;
Requalificação profissional – R$ 1.294,49;
Auxílio-funeral – R$ 868,58;
Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto – R$ 129.522,56;
Ajuda deslocamento noturno – R$ 90,67.