A Polícia Federal cumpriu, nesta quarta-feira (6), 11 mandados de busca e apreensão nos estados do Pará e Mato Grosso. O objetivo da Operação Retomada II é desarticular uma organização criminosa que realizava fraudes em várias instâncias para facilitar a invasão e desmatamento ilícito de terras da União.
Além de engenheiros, empresários e servidores públicos do Pará, estão entre os alvos duas empresas de regularização fundiária e um escritório de advocacia, que teria acesso privilegiado a autuações e embargos realizados por uma autarquia ambiental federal.
Segundo a PF, foi identificado que sócios e funcionários das duas empresas teriam fraudado cadastros de áreas públicas da União através da inserção de dados falsos. Esses funcionários também atuavam no planejamento e acompanhamento em tempo real do desmatamento.
Uma advogada é investigada por, supostamente, negociar o pagamento de propina a servidores públicos estaduais que teriam flagrado o desmatamento ilegal.
A Justiça Federal decretou o sequestro de aproximadamente R$ 116 milhões, nove imóveis, e afastou de suas funções os servidores públicos e a advogada. A PF estima que pelo menos 22 mil hectares de terras públicas tenham sido invadidos para apropriação particular, e que boa parte foi desmatada para criação de gado.
Edição: Nádia Faggiani/ Sumaia Villela