‘Volta, ditadura’, disseram os masoquistas ansiosos por cassetetes nos lombos

O verdadeiro cidadão de bem não quer saber de intervenção. O cidadão de verdade entende que a grande luta é por uma democracia melhor

Saíram aos pares, aos blocos, aos trios, avenida abaixo, palavras de ordem contra a desordem. Com lenço no pescoço, documentos em mãos, punhos em riste, chumbo e pistola no coldre. “Intervenção militar, intervenção militar!” A corrupção, a gasolina, o gás, o PT, a veia comunista do Brasil. Estes seres das trevas, nefastos, clamam pela volta de um período de sombras, de inflação, de imprensa calada, de corrupção escondida, de atraso.

Pedir ditadura depois de tanto chicote no lombo é puro e simples masoquismo. É algo macabro demais, terrível demais, nascido do excesso de burrice, da ausência de coerência, da falta em aulas de história. Questionar a democracia é como questionar as decisões da maioria, questionar a democracia é burrice e só. Não, não senhores masoquistas, viúvos das trevas, a solução não é a censura, nem o AI-5, nem a concentração de renda. O problema é mais complexo, mais profundo e vocês precisam parar com a estupidez de acreditar que o problema vai se resolver com algum general no poder.

As marchas em sol à pino, o clamor em frente a quarteis… Meu Deus, essa gente regrediu alguns séculos e as ideias mais inteligentes, como votar melhor, por exemplo, já não entram nas cabeças consumidas pela estupidez coletiva. Pedir a ditadura de volta é ignorar o sangue que foi derramado por democracia, não dar valor ao suor de milhões que foram às ruas por Diretas Já.

Mas estes seres repugnantes, que se esgoelam querendo a dor da repressão, não representam o Brasil. O cidadão de bem não quer saber de intervenção. O verdadeiro cidadão brasileiro entende que a grande luta é por uma democracia melhor e não por um regime em que a população não tem voz.

Essa gente que não ama ninguém e que, de fato, só quer ver o pau quebrar, tem o meu repúdio. Essa turminha desprezível bem que merecia viver em um casulo com uma ditadura pra chamar de sua. Quem sabe assim essas pessoas entenderiam que o dia rompeu os muros da noite para que a gente caminhasse em frente, em busca do futuro, e não regredisse ao passado.

A salvação não vem por meio de rumores de guerra, de mãos sujas de sangue… A mudança vem na revolução das mentes, nas esperanças em dias melhores, no respeito ao próximo, na valorização da chance de escolher o que comer no jantar.

Por.

Kleysykennyson Carneiro

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