Juristas, advogados, promotores, magistrados e defensores públicos participaram do ato batizado de Encontro com Juristas em Defesa da Legalidade. O evento foi organizado para demonstrar contrariedade a ações recentes do juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, como a divulgação de áudio de conversa telefônica entre Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Não cabem meias palavras: o que está em curso é um golpe contra a democracia. Jamais renunciarei. Pode se descrever um golpe de estado com muitos nomes, mas ele sempre será o que é: a ruptura da legalidade, atentado à democracia”, enfatizou Dilma no evento.
Estado democrático ‘ameaçado’
No ato de apoio a Dilma, o sub-procurador da República João Pedro de Sabóia Filho afirmou que o estado democrático está “ameaçado” por aqueles que querem “manipular a Justiça” e substituir o governo da presidente Dilma Rousseff.
Sabóia Filho arrancou sorrisos da plateia ao pedir que haja “menos coxinha e mais croquete” – o termo “coxinha” é atribuído por pessoas favoráveis ao governo àqueles contrários.
“Nós não vamos assistir de braços cruzados à instrumentalização da Justiça, nem vamos assistir de braços cruzados e permitir que façam com Dilma a mesma covardia que fizeram com Getúlio Vargas”, afirmou.
Lava Jato
Responsável pela defesa de parte dos réus da Lava Jato, o criminalista Alberto Toron criticou no evento o juiz federal Sérgio Moro, a quem ele chamou de “juiz do principado de Curitiba”. Para Toron, o magistrado paranaense tem “arrombado a legalidade” ao negar regras constitucionais.
“Estamos diante de um paradoxo hoje. Em plena democracia, uma autoridade constitucionalmente incumbida de zelar por valores constitucionais, de zelar pela aplicação reta do direito, perversamente descumpre à luz do dia mandamentos claros, que não comportam muita interpretação.”
Toron atacou ainda os “vazamentos” ocorrido na Operação Lava Jato. “Quando o juiz não é alvo de atenção de corregedorias e do Conselho Nacional de Justiça, temos uma franca impunidade – e que hoje se fala tanto – por uma atividade marcadamente ilegal”, completou.
Portal Canaã – Com informações do G1