Ciro Gomes diz que escola brasileira está ancorada em um “fordismo educacional”; veja vídeo

O candidato à presidência Ciro Gomes (PDT) afirmou que a Educação brasileira enfrenta um paradigma pedagógico, ancorado em um “fordismo educacional”. Durante a sabatina promovida pelo Todos pela Educação, com participação da Folha de S. Paulo, Ciro criticou bastante a emenda que congela o orçamento para áreas como Educação e Saúde. “Essa metodologia de decoreba faz com que a escola seja uma coisa muito careta e com dificuldade de reter o estudante. O nível de evasão no Ensino Médio chega a ser criminoso”, disse.

Durante a sabatina, que durou cerca de uma hora, Ciro Gomes fugiu muitas vezes do assunto principal para falar sobre suas propostas de governo – apresentadas em debate transmitido na véspera pela Band. Ele também citou inúmeras vezes sua experiência à frente da prefeitura de Fortaleza e, depois, do governo do Ceará, além de ressaltar os bons resultados na Educação em Sobral, sua cidade natal.

Questionado sobre a implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), ele afirmou a necessidade de uma base para todo o país. “É uma coisa importante ter uma base comum de trabalho, mas não se for empurrada goela abaixo, aí não motiva e não orienta”, disse. Ciro emendou falando sobre o engajamento dos professores e sua participação na construção desse projeto de Educação. “Nós precisamos motivar o magistério, temos de capacitá-lo, com permanente participação e introduzindo mecanismos de remuneração por mérito”.

Voltando a criticar o governo Temer, ele afirmou que a legislação impede ganhos reais de salário por 20 anos e impede também a evolução para o tempo integral nas escolas. Sobre melhores salários, ele afirmou: “Dois mil e poucos reais para alguém viver com aspirações legítimas, está claro que não dá”.

Fundadora e presidente-executiva do movimento Todos pela Educação, Priscila Cruz cobrou do presidenciável sua visão para a formação dos professores. Ciro respondeu dizendo que é preciso investir em capacitação e treinamento para que o professor possa se sentir influente no processo, mas que o governo deve oferecer alternativas, manualizar boas práticas. “A educação é nobre, mas não dá para ser nobre se você não consegue tirar seu nome do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito)”.

Cirou chamou atenção para as dificuldades financeiras enfrentadas pela maioria dos estados e municípios. Ele chegou a dizer que 27 estados estão ilíquidos. Segundo estudo da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) divulgado em agosto do ano passado, 85,9% dos municípios apresentaram situação fiscal difícil ou crítica em 2016. O levantamento apontou que 2.613 prefeituras estavam em situação fiscal difícil no ano passado, o que equivale a 57,5% dos 4.544 municípios analisados.

Falando sobre a reforma do Ensino Médio, Ciro Gomes foi categórico: “Nenhuma chance de ser viabilizada, não tem mecanismos de controle”, afirmou. Se eleito, o candidato do PDT dosse que recuperaria o Plano Nacional de Educação (PNE), mas que ele e sua equipe precisam ver primeiro de onde viriam os recursos. A Base, comentou, só pode ser implantada com professores bem formados e treinados – que participem das discussões e “não se sintam como objeto de prepotência como foi essa reforma do Ensino Médio”. “Ou a gente entende o Brasil verdadeiro ou vai mais uma vez repetir as boas intenções sem conteúdo prático”.

A sabatina foi a primeira de uma série que vai questionar candidatos à presidência sobre suas propostas para a Educação. Os próximos a participar são Marina Silva (Rede), Geraldo Alckmin (PSDB), Fernando Haddad (PT, representando o candidato Luiz Inácio Lula da Silva) Veja a seguir a íntegra da sabatina com Ciro Gomes. Jair Bolsonaro recusou participar da sabatina.

 

 

Receba as notícias do Portal Canaã

Siga nosso perfil no Google News

Deixe uma resposta