Vale cai para 8º lugar no ranking das mineradoras mais valiosas

As 40 maiores companhias de mineração do mundo, com ações em bolsas de valores, perderam 37% do valor de mercado (market capitalization, em inglês), diz o relatório “Mine 2016 Slower, lower, weaker… but not defeated”, divulgado hoje (7) pela consultoria PwC. O documento, que aborda as tendências do setor mineral, mostra que a Vale perdeu três posições e agora figura em 8º lugar no ranking das mineradoras mais valiosas.

O relatório afirma que, em 2015, em alguns casos, o valor de mercado ficou abaixo do valor patrimonial líquido e que, pela primeira vez, houve um prejuízo conjunto das 40 maiores, que chegou a US$ 27 bilhões. Somente o prejuízo da Vale, no ano passado, superou US$ 12 bilhões.

Com isso, a Vale foi ultrapassada pela Coal India Limited (4a), estatal indiana que produz 82% do carvão no país; pela russa Norilsk Nickel (5a), que lavra níquel e paládio; e pelo Grupo Mexico SAB, que produz cobre, zinco e metais preciosos, além de operar 9 mil quilômetros de ferrovias.

O principal resultado dessa situação é que o aumento da dívida de algumas mineradoras, como Vale e Anglo American,faz com que elas busquem vender ativos para reduzir essas dívidas. “O foco nos custos continuam, mas os revezes econômicos também”, diz o documento.

A gestão do endividamento agora está no topo das prioridades das mineradoras que estão entre as 40 maiores. Para algumas, o objetivo passou a ser a manutenção de acesso ao capital com taxas razoáveis. Para outras, diz o trabalho, essa gestão passou a ser uma questão de sobrevivência.

Ao mesmo tempo em que as maiores empresas do setor cortaram apenas uma fração da dívida total em 2015, as métricas de liquidez começaram a disparar alarmes. A alavancagem atingiu máximas históricas e o dinheiro usado para refinanciar empréstimos foi, em muitos casos, igual ao valor contraído em novos empréstimos. A consequência foi o rebaixamento geral feito pelas agências de classificação de riscos.

“A reação das 40 maiores mineradoras se deu em duas etapas: um foco ainda maior no corte de investimentos, seja corrente ou de capital, e na aceleração da venda de ativos. Será interessante ver se esses esforços vão ter continuidade e os efeitos em cascata dessas decisões”, diz, em nota, Andries Rossouw, da PwC na África do Sul.

Apesar de o setor mineral continuar a enfrentar desafios significativos e restrições, a perspectiva de longo prazo ainda é positiva. “Muitas das 40 maiores valorizam o que é preciso ter para encarar essa maratona de mineração e têm os olhos fixados firmemente nos prêmios de longo prazo”, diz Rossouw. (NMB)

Clique aqui e leia o relatório na íntegra (em inglês).

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