Estima-se que o Pará tenha perdido R$1,64 bi em decorrência de acidentes nas ruas e estradas do Estado

A conta se refere aos impactos econômicos causados pelas mortes de 826 pessoas ao volante e aos 744 casos de invalidez permanente decorrentes de acidentes no trânsito ocorridos entre janeiro e junho, estima estudo do Centro de Pesquisa e Economia do Seguro (Cpes), da Escola Nacional de Seguros.

O cálculo foi feito com base em dados do Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (Dpvat). Como a maioria das vítimas está em idade ativa – na faixa etária de 18 a 64 anos –, o estudo estima que esse prejuízo econômico é igual ao valor que deixa de ser produzido pelo afastamento desses trabalhadores do mercado de trabalho. Se mantida a frequência de acidentes e o número de vítimas neste segundo semestre de 2016, o prejuízo poderá superar o valor destinado à toda a receita de Belém no ano passado: cerca de R$ 2,7 bilhões.

Mobilização – Em 2014, 169 mil acidentes foram registrados apenas nas rodovias federais de todo o país. Além de 26 mil feridos graves, eles resultaram em 8.227 mortes nas estradas – cerca de 23 por dia. Para o Brasil, o custo dessa “guerra” nas estradas foi de R$ 12,3 bilhões. Somando as vias estaduais e municipais, o prejuízo acumulado foi de R$ 24,8 bilhões. O Brasil é o quinto país que mais mata pessoas no trânsito.

Somente em 2015, foram registradas 43 mil mortes no trânsito no país – ou cerca de 118 pessoas mortas a cada dia. “É como se um jumbo caísse todos os dias no Brasil. É preciso que todos saibam disso para começar a mudar comportamentos, com posturas como deixar de parar na fila dupla. Isso tem que começar pela educação e pelas famílias”, pondera Hélio Franco.

“O impacto é grande para todo o país. Dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostram que cada uma das mortes no trânsito do Brasil custa R$ 648 mil aos cofres do Brasil”, alerta o médico Hélio Franco, ex-secretário estadual de saúde e membro do colegiado gestor da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). Só na saúde pública paraense, R$ 250 milhões foram gastos do Tesouro Estadual, apenas em 2015, para o tratamento de pessoas com traumas decorrentes de acidentes de trânsito em todo o Estado. “Com esse valor seria possível construir um Hospital Metropolitano a cada ano”, pondera Franco. “Dos R$ 2 bilhões de recursos que o Estado destinou para a saúde em 2015, mais de 10% foram gastos com traumas motivados pelo trânsito”.

Redação do Portal Canaã com adaptação da matéria “Impactos de acidentes de trânsito na saúde pública” – Agência Pará.

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