O fator Catalão

Quais seriam a verdadeiras chances do pré-candidato do DEM na disputa?

Coluna do Branco

A bipolaridade na disputa eleitoral em Parauapebas só não é maior, tão determinante, porque existe a pré-candidatura de Marcelo Catalão (DEM) ao palácio do Morro dos Ventos. O referido seria a “terceira via”, opção além dos grupos políticos que governaram ou governam o município. A pergunta que mais feita neste momento é em relação ao tema aqui abordado: “quais seriam a verdadeiras chances do pré-candidato do DEM na disputa?”

Não há como negar que Darci e Valmir são os favoritos. Não por acaso que o ex-prefeito, ex-petista, agora no PMDB, lidera todas as consultas realizadas.  Proporcional a essa intenção de voto está o seu índice de rejeição. O atual prefeito ainda terá diversas obras para serem entregues e tem tendência de crescimento. Da mesma forma, Valmir possui baixa popularidade e rejeição em patamares preocupantes ao seu projeto de reeleição.

É neste contexto que Marcelo Catalão se apresenta e trabalha o seu projeto de governo e consequentemente de poder. O pré-candidato do DEM não conseguiu atrair para o seu campo político grandes nomes ou apoios fundamentais que poderiam lhe colocar em patamares mais competitivos. Valmir Mariano conta com o apoio do governo do Estado e Darci com os Barbalhos, outro grupo político forte. E Catalão? Conforme veio falando a quem converso, Marcelo precisa antes da segunda quinzena de agosto atingir os 15% das intenções de votos, para manter a sua candidatura competitiva. A tática seria buscar nos partidos que ainda não acertaram com o prefeito e com o ex-prefeito. O PP do ex-vereador Adelson Fernandes declarou apoio a Catalão, ação importante ao presidente do Sinproduz.

Alguns podem afirmar que essa análise não é correta ou pouco influencia no processo de disputa. Erro é achar que a eleição em Parauapebas não é decidida ou – pelo menos – influenciada em grande escala por decisões políticas acertadas em Belém. Apesar de Parauapebas ter perfil de principado, com ligações exógenas mais fortes do que endógenas, em política, os caciques mandam e determinam decisões, ainda mais em uma área estratégica e com uma prefeitura com orçamento bilionário.

A de Catalão é justamente avançar nos erros de seus concorrentes. Por isso, foi montado o projeto “Cidade Democrática”, ação que visa percorrer os bairros de Parauapebas, ouvindo, debatendo “in locu” os problemas nestas localidades. Uma plenária em que o cidadão tem a oportunidade de apresentar a sua insatisfação, sua demanda e propor ações em sua localidade. Por isso a campanha deve se aproveitar dos erros cometidos por Darci e os que Valmir promove ou promoveu. Catalão sabe que só terá êxito em seu projeto se for o “diferente”, promover uma plataforma de governo que saia da mesmice, que não repita modelos gerenciais de governos passados. Caso contrário, será mais um pretensioso que busca sentar na cadeira central do palácio do Morro dos Ventos.

Esse tipo de ação não é novidade ou algo diferente em campanhas eleitorais. Historicamente esse modelo é bem aceito pela população e produz bons resultados nas urnas. A questão é transferir ou pelo menos, dividir os desafios e colocar o cidadão como protagonista do processo. O maior desafio vem depois, quando o grupo político que promoveu tal ação chega ao poder. Qual garantia que esse projeto de participação popular continuará no novo governo que foi eleito? Como equacionar as demandas, agora estando no controle da máquina? De fato, as informações levantadas serão levadas em consideração pelo gestor? Não cabe aqui julgar, até porque ainda é muito prematuro esse tipo de abordagem, mas infelizmente esse modelo de participação social se perde quando se encerra o processo eleitoral.

Darci Lermen promove em sua plataforma a divisão dos grupos de trabalhos por área, por temática. Esses grupos tem a responsabilidade de produzir ações e propostas que irão compor o plano de governo. Outro modelo também batido e mais usual em campanhas políticas no Brasil. O mote de campanha é “oportunidade”, relacionando ao período em que o ex-petista governou a cidade e que os números gerais lhe eram favoráveis. Não se pode esquecer que Darci governou em um período de “vacas gordas”, onde os cofres da prefeitura estavam abarrotados de recursos, muita pujança. Bem diferente dos dias atuais.

Ainda se espera o que o grupo do prefeito Valmir está preparando. Até agora, nada muito público e muitas ações nos bastidores. Como todo prefeito que busca a reeleição, irá comparar a sua gestão com as anteriores e mostraram as suas realizações. Fará algo diferente? Promoverá participação popular em sua campanha? Pelo seu perfil, creio que não.

Será que o “fator Catalão” conseguirá crescer e ameaçar a bipolaridade Darci x Valmir? Ou está se cacifando para 2020 se tornar imbatível ou – pelo menos – com maiores chances. Segundo bimestre promete fortes emoções.

A coluna do Branco  estará em recesso, retornando em agosto!

Por. Henrique Branco

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