Juiz protagonista da Operação Lava-Jato, que prendeu políticos e a elite empresarial brasileira, Sergio Moro tenta novamente embaralhar a ordem política do país. Seu retorno ao Brasil e sua filiação ao Podemos com disposição de entrar na corrida presidencial está mudando as perspectivas para as eleições 2022, até então, vistas como um confronto direto entre as lideranças máximas da direita, Jair Bolsonaro, e da esquerda, Luiz Inácio Lula da Silva.
Longe dos holofotes, ele vivia entre Curitiba e Washington desde que renunciou ao cargo de ministro da Justiça de Bolsonaro. Agora, a menos de um ano para a eleição de 2 de outubro, o ex-juiz e ex-ministro de 49 anos se apresenta como alternativa aos que rejeitam tanto a manutenção do presidente no poder, quanto a volta de Lula, o favorito nas pesquisas eleitorais.
Moro não descartou negociações e alianças com a maioria dos partidos, nem mesmo aqueles cujos integrantes foram pegos pela Lava-Jato em escândalos de corrupção. As únicas pessoas com quem não conversa, deixou claro, são Lula e Bolsonaro.
“Existe uma linha de princípio que há ética na política. Existem partidos e pessoas no Centrão que são pessoas boas”, disse ele.
“Não pode fazer essa generalização. Dentro de cada partido tem bons indivíduos que podem somar com projeto e diálogo republicano.”
Moro citou quatro outros pré-candidatos com quem está conversando: Doria, Leite, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM), e a senadora Simone Tebet (MDB). Disse que ainda é cedo para falar no perfil da chapa presidencial que pode liderar:
“O foco agora é a construção de um programa de governo, não tem como construir a chapa sem antes ter o projeto.”
Com informações do Valor