Vale apresenta proposta final do acordo coletivo

Após cinco rodadas de negociações, a mineradora apresentou sua proposta final do ACT 2017/18, sem grandes modificações, segundo o Sindicato Metabase de Itabira e Região.

A Vale apresentou, na terça-feira (14), a proposta final do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2017/18. A mineradora ofereceu 0,67% de ganho real, mantendo a oferta de recomposição salarial baseada no acumulado da inflação, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 1º de novembro de 2016 a 31 de outubro de 2017, que fechou em 1,83%, ou seja, um total de 2,5%.

Além disso a empresa manteve o pagamento da décima terceira parcela no cartão alimentação, que a princípio seria cortado, mas insistiu no corte nos procedimentos de ortodontia e implantodontia da Assistência Médica Supletiva (AMS), principal ponto de crítica na campanha salarial deste ano.

Nesta rodada, segundo o Metabase, a Vale aumentou o valor da indenização por este corte de R$ 800 para R$ 1.200. O percentual oferecido no salário, também atingirá o cartão alimentação, que atualmente está em R$ 700, com reajuste ele passa a valor R$ 717,50.

A proposta desagradou a Unidade Sindical, grupo composto por quatro sindicatos que negociam com a Vale. Durante a reunião de terça-feira o presidente do Sindicato Metabase de Itabira e Região, Paulo Soares de Souza, reclamou com os diretores das ameaças que estão acontecendo nas minas de Itabira e relatou a sua preocupação com o caso.

De acordo com os sindicalistas, trabalhadores estão reclamando de retaliações e perseguições por parte dos supervisores. Segundo Soares, a pressão está prejudicando as negociações do ACT, já que os empregados estão se sentindo ameaçados por não aceitarem as propostas apresentadas pela mineradora.

“O trabalhador tem nos procurado para falar que não gosta da Vale, dizendo que toda hora os supervisores estão os ameaçando para aceitarem o acordo. Não sei o que vai acontecer em Itabira, estou preocupado com essas negociações mas a política de ameaçar não está certo”, declarou o sindicalista.

Segundo o presidente do Metabase, a postura da Vale é “truculenta”. Ele lembrou mais uma vez dos lucros da empresa somente no terceiro trimestre deste ano, que cresceu em média 300% em relação ao segundo trimestre, com lucro líquido de R$ 7,14 bilhões.

“Chega a ser um absurdo o que a Vale nos propôs, principalmente após anunciar um lucro enorme no terceiro trimestre. Sabemos claramente que a empresa tem condições de oferecer uma proposta bem melhor do que foi apresentado. A Vale simplesmente cruzou os braços para este acordo e mostrou que não está nem aí para os seus trabalhadores”, disse o sindicalista.

Os próximos passos agora, segundo Soares, serão debatidos com os diretores sindicais e repassados à categoria nos próximos dias. Com informações da assessoria de comunicação do Sindicato Metabase de Itabira e Região.

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