O processo de Impeachment e a disputa pelo governo do Pará

Coluna do Branco

Uma semana antes do pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff ser votado no plenário do Senado Federal, o governo de Michel Temer já estava quase definido em seu primeiro escalão, com poucas vagas ou definições em aberto. Neste último contexto, encontrava-se o ex-ministro Helder Barbalho, que ainda não havia assegurado assento em um dos ministérios do novo governo.

Nos acordos de bastidores havia a possibilidade do filho do senador Jáder Barbalho não assumir nenhuma pasta ministerial, ficar de lado, em represaria a postura de Jader, contra o afastamento de Dilma e não apoio a Temer. Helder sem ter a estrutura de um ministério, a sua pretensão de ser o próximo governador do Pará, em 2018, estaria em xeque. No apagar das luzes, no prazo limite, Helder Barbalho foi contemplado com o ministério da Integração Nacional, que tem, entre suas principais funções, a responsabilidade de formular e conduzir a Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR), além de formular planos e programas regionais de desenvolvimento e estabelecer estratégias de integração das economias regionais, entre outras atribuições.

Desde 2015, o ex-prefeito de Ananindeua, integra o primeiro escalão do governo federal. Duas vezes com Dilma e agora com Temer. No governo petista, dirigiu a secretaria de Pesca e Aquicultura (com status de ministério) e depois a pasta dos Portos. Sempre com aumento da abrangência de ação e orçamento. Agora, a Integração Nacional torna Helder mais “poderoso” e com reais chances de ser o próximo mandatário político paraense.

Ao assumir, o filho de Jáder disse: “É um novo desafio. Da mesma forma que busquei ser o mais eficiente possível na aplicação das políticas públicas frente aos ministérios da Pesca e Aquicultura e dos Portos, não será diferente neste novo desafio, em um dos ministérios mais importantes para do país, sobretudo para a nossa região Norte”, comemorou o ministro.

Ele lembrou que o Ministério tem a missão de levar desenvolvimento regional para todo o Brasil. H​e​lder também informou que a Secretaria Nacional da Defesa Civil faz parte da estrutura da Integração Nacional. “A Defesa Civil, por exemplo, tem sido fundamental para ajudar a população brasileira no momento em que as pessoas mais precisam das políticas públicas. Ou seja, é um Ministério cujas ações são fundamentais para a população brasileira”, explicou.

Segundo o ministro, sua principal missão será trabalhar para dar celeridade na apreciação de processos mais urgentes. “Minha responsabilidade é com todo o Brasil mas, como falei anteriormente, não perderei um minuto sequer na defesa dos interesses do Pará. Sabemos das dificuldades que o país enfrenta mas vamos trabalhar para superar estas dificuldades pois só se supera dificuldades com muito empenho e trabalho”, concluiu.

Em 2014, Helder Barbalho perdeu a eleição para Simão Jatene, por diferença pequena, isso com o tucano buscando a reeleição, estando no cargo e controlando a máquina estadual. Na referida disputa, Helder, venceu no 1º turno, mas perdeu força no segundo. Após a eleição, os Barbalhos começaram a colocar em prática a estratégia de tornar o peemedebista ministro para mantê-lo no poder e com ferramentas de ação e projeção política.

Por isso, sem cerimônia, Helder, entregou o cargo de ministro dos Portos a Dilma e embarcou no novo governo. Em jogo está a sua maior realização política: ser governador do Pará, a exemplo de seu pai, Jader. Tal pai, tal filho.

Por:

Henrique Branco

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