Tecnologia usada pela Vale prevê falhas em equipamentos de minas

A Vale informou nesta sexta – feira(2) que utiliza a técnica de termografia em minas e usinas para prever possíveis falhas em equipamentos e máquinas. Com o diagnóstico imediato e preciso, a tecnologia evita paradas operacionais de equipamentos mecânicos, hidráulicos e elétricos.

“Termografia é uma técnica de monitoramento da temperatura de um determinado corpo, equipamento ou ponto específico. Todo corpo emite uma radiação infravermelha, que não é vista a olho nu. Essa radiação é captada na termografia, que é traduzida em gráficos que chamamos de imagens térmicas, imagens termográficas ou espectro”, declarou o técnico de Preditiva da Mina do Salobo, Marcelo Meneses.

De acordo com a Vale, a termografia pode ser utilizada em qualquer equipamento e a principal vantagem é o fato de ser uma medida considerada não invasiva, ou seja, não é necessário tocar no corpo ou ponto estudado. Além disso, dependendo do tipo de câmera, as imagens podem ser feitas a distâncias maiores e mais seguras.

Usando a termografia, é possível realizar uma inspeção em toda a rede elétrica aérea, subestações e transformadores que alimentam a mina, afirmou a mineradora. Essa transformação e transporte de energia é fundamental para a alimentação das escavadeiras elétricas, além da própria iluminação e energização dos postos de trabalho na unidade. Com a técnica, é possível detectar possíveis curtos-circuitos, cabos com emendas desgastadas, chaves de ligação folgadas ou danificadas.

“Após a identificação do problema, o termografista atua imediatamente, evitando a interrupção no fornecimento de energia para a mina, o que geraria prejuízos na produção diária. Nossa maior escavadeira, Caterpillar 7495HR, por exemplo, produz 3.700 toneladas por hora. Se acontecesse alguma falha em sua alimentação elétrica, seria necessário, em média, de quatro a seis horas para corrigir o problema, e deixaríamos de produzir, aproximadamente, 22,2 mil toneladas de minério. Porém, se a falha for detectada pela termografia, a mesma equipe de correção é capaz de sanar o problema logo no início, em até 40 minutos”, disse Meneses.

A câmera termográfica também pode ser chamada de termovisor ou câmera infravermelha. O processo de produção de uma imagem termográfica é parecido com o de uma filmagem tradicional, porém a execução requer conhecimentos técnicos mais especializados. Dependendo do equipamento estudado, a técnica de observação termográfica é utilizada mais ou menos uma vez por mês, mas a frequência pode ter um intervalo maior.

Para a produção de um diagnóstico sobre a situação de determinado equipamento, é preciso antes calibrar a câmera termográfica com as características do ambiente, como temperatura, iluminação e ventilação. Depois do registro dessas informações, a termografia é feita. Em linhas gerais, a interpretação da imagem captada é feita por meio da variação entre as tonalidades das cores mais claras e escuras. Áreas mais claras indicam temperaturas maiores do que nas escuras.

“Um problema é diagnosticado de acordo com o seu real comportamento, que pode ser através de um ponto mais ou menos quente. Ou seja, a termografia mostra a radiação infravermelha naquele ponto, onde temos que saber quais valores, ali, são esperados. E se nos mostrar mais quente ou mais frio que o comportamento esperado, saberemos dizer se é problema ou não”, afirmou Meneses.

Se for identificada alguma variação de temperatura indesejada no equipamento, uma ordem de serviço é aberta no sistema de manutenção (SAP) e um laudo técnico é preparado para mostrar a existência e a causa do problema, além de indicar a solução. Após as medidas de manutenção executadas no equipamento, os especialistas em termografia fazem novas imagens para se certificar que o problema foi resolvido. Com informações da Vale.

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