Quem governa Parauapebas?

Coluna do Branco

O título deste texto parece não fazer sentido ou se configura como um devaneio deste colunista, haja vista, que parecer ser lógica a resposta. Na teoria, quem governa uma cidade é o prefeito, eleito em eleição direta pela maioria dos eleitores de um determinado município, e que cumprirá um mandato de quatro anos, podendo ser renovado uma vez por mesmo período. Neste caso, o mandatário municipal em nossa cidade é o prefeito Valmir Mariano (PSD), vencedor da última disputa pelo Palácio do Morro dos Ventos, sede da prefeitura de Parauapebas.

A questão é que no caso da “capital do minério”, a teoria, a lógica, o processo natural, parece não ser aplicado na prática, no cotidiano. Valmir Mariano assumiu o poder no primeiro dia de 2013 e parece não governar. Permite tal função a outros, terceiriza a sua gestão aos mais próximos. Fazendo levantamento dos casos e dos acontecimentos, se chega à conclusão que o mandatário municipal parece não governar, não ter o controle de fato da máquina que administra, parece não fazer política, não saber fazer ou não ter a paciência de exercer tal função.

Valmir Mariano não é político e nem possui tal perfil. É um empresário que se lançou na seara política depois de muito tempo, sem ter tido o devido preparo ou ter passado pelas etapas da hierarquia política, para desenvolver tal habilidade. Tornou-se um burocrata, que se resume ao pragmatismo dos limites espaciais do Palácio do Morro dos Ventos. Fez um amplo jogo de alianças para se eleger, se aproveitou do voto de protesto, característica dos eleitores de Parauapebas e o desgaste do PT, depois de oito anos, para se tornar prefeito da “capital do minério”.

Informações coletadas de dentro do centro do poder parauapebense dizem que o prefeito Valmir Mariano, quase não participa de reuniões, não promove ações políticas e delega diversas intervenções da engrenagem da máquina municipal aos assessores mais próximos, se eximindo da responsabilidade de acompanhar e participar de todos os processos de sua gestão.

Diversas entidades e representações sindicais afirmam que nunca foram recebidas pelo prefeito Valmir, que sempre determina aos seus auxiliares mais próximos que conduzam todo e qualquer processo de debate ou negociação. O mandatário municipal também não é adepto de aparições públicas. Evita as ruas, raro as vezes que aparece em via pública, prefere o seu espaçoso e fino gabinete.

O exemplo mais evidente ocorreu nos últimos dias. Na última sexta-feira (10) completava 10 dias de greve geral dos servidores públicos de Parauapebas e não havia qualquer diálogo entre a prefeitura e os manifestantes. A questão central era que os servidores desde o início do movimento grevista exigiam a presença do prefeito na mesa de negociações. Alguns poderiam afirmar que o alcaide estava fora da cidade, portanto, seria impossível a sua participação. Mas pelo histórico de ausências do prefeito em esse tipo de evento tornou-se habitual.

Talvez isso se confirme com as pesquisas de opinião em que mostram o prefeito em baixo índice de aprovação. Seu índice de rejeição é alto e muito preocupante para os seus articuladores políticos, isso em ano eleitoral. Nas pesquisas de opinião apontam em todos os cenários pesquisados que a atual gestão está mal avaliada e o prefeito corre sério risco de não se reeleger.

Na verdade, Valmir Mariano não é político, não sabe fazer política. E isso custa um alto preço para a sua imagem, a sua gestão. Um prefeito impopular é a forma como a maioria da população o enxerga. Eu, pessoalmente já disse a articuladores próximos ao prefeito que ele precisa andar pela cidade, participar de eventos, viver mais a cidade em seu dia-a-dia, ainda mais em ano eleitoral, postura imprescindível a uma figura pública da política.

Parauapebas parece viver no “piloto automático”, ou seja, sem o comandante central. Parece ser governada por grupos ou por pessoas que exercem forte influência no prefeito Valmir. Resta saber se esse formato de gestão será vitorioso na disputa eleitoral que se aproxima. Se preparem, fortes emoções ainda ocorrerão. O processo está só no começo.

Por.

Henrique Branco

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