Vale tem muito mais grana que Governo do Pará

Depois de amanhã, quinta-feira (19), a pessoa jurídica mais rica instalada no Pará, e de cujo estado sobrevive à custa, vai divulgar seu balanço de produção referente aos três últimos meses deste ano. É a mineradora multinacional Vale, a manda-chuva do Pará e maior exportadora do país, que vai abrir a caixa preta logo cedo, antes da abertura dos mercados, para apresentar quanto extraiu do subsolo do Brasil e mundo afora em commodities como minério de ferro, cobre, níquel, manganês, ouro e carvão.

Por meio de seu Relatório de Produção do Terceiro Trimestre de 2017 (ou simplesmente RP 3T17), a Vale vai anunciar — com foco em investidores, e não na sociedade paraense — o que todo o Pará já está cansado de saber: extraiu milhões de toneladas em minérios sem grandes esforços ou contrapartidas dignas de elogios.

Na quinta-feira da semana que vem, dia 26, a empresa vai soltar a cereja do bolo para investidores, que é seu relatório de desempenho financeiro referente ao terceiro trimestre de 2017. Tudo isso acontece na sede da multinacional, no Rio de Janeiro, a pelo menos 2.600 quilômetros de onde mora o povo paraense e, especialmente, de onde ficam localizadas as minas de ferro da Serra dos Carajás, maiores protagonistas do desempenho da empresa.

No Pará, a Vale é a pessoa (qualquer que seja ela: física, jurídica, entidade que incorpora) mais rica. Nem o Governo do Pará é páreo para a riqueza da mineradora, que contribui com R$ 1 de cada R$ 5 que o estado produz em Produto Interno Bruto (PIB) — em tempo: um estudo divulgado pelo governo em março deste ano prevê que o PIB em 2017 será de R$ 127,9 bilhões, o que só deve ser confirmado (ou não) em 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A Vale já operou em minérios aqui no Pará, de janeiro a setembro deste ano, R$ 23,13 bilhões — mais exatamente R$ 23.126.347.512,62, de acordo com o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Sua unidade sediada em Parauapebas, sob CNPJ 33592510037074, é a maior exportadora do Brasil, de acordo com dados públicos do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) levantados pela fanpage “Meu Parazão”. O outro mais valioso CNPJ por meio do qual a Vale atua no Pará, 33931478000275, de sua controlada Salobo Metais, com sede em Marabá, é a 17ª maior exportadora do Brasil.

A Vale ainda atua no estado com os seguintes CNPJs: 33592510008996 (do projeto S11D, em Canaã dos Carajás), 48º maior exportador do Brasil; 33592510000901 (do projeto Sossego, também em Canaã), 66º maior exportador; 33592510007590 (do projeto Onça-Puma, em Ourilândia do Norte), 189º maior exportador; e 33592510013051 (do projeto Mina do Azul, em Parauapebas), 350º maior exportador.

Resumindo: o Pará sustenta toda a empáfia da mineradora.

A Vale “de Parauapebas” (que centraliza as operações dos municípios de Parauapebas, Canaã dos Carajás, Curionópolis e Ourilândia do Norte) produziu R$ 20.168.211.585,69 este ano. Já a Vale “de Marabá” (que abrange as operações do município de Marabá) produziu R$ 2.958.135.926,93. Tudo isso é muito mais que o arrecadado pelo governo do estado em quatro bimestres deste ano, no total de R$ 14.299.817.341,90. A previsão é de arrecadar R$ 23.364.938.898, de acordo com dados da Secretaria do Tesouro Nacional (STN). Além de ser maior que a receita do Governo do Pará, a operação da Vale aqui no estado movimenta mais dinheiro que a receita de 21 das 27 Unidades da Federação do país.

Fonte: Fanpage Meu Parazão

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