Transnacional espanhola conhece projeto da Ferrovia Paraense que deve gerar 70 mil empregos

São previstos aproximadamente 70 mil empregos diretos e indiretos durante a execução da obra, cujo custo está estimado em 14 bilhões de reais.O custo do projeto é estimado em R$ 14 bilhões, considerando investimentos na construção da própria ferrovia e de entrepostos de carga.

Executivos da AZVI, multinacional espanhola especializada em infraestrutura, se reuniram na última sexta-feira (15) com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia do Pará (Sedeme) e da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiespa) para conhecerem o projeto da Ferrovia Paraense. Nos últimos meses, o projeto foi apresentado também para as empresas Crec, da China, e a estatal russa, RZD.

A empresa espanhola foi criada em 1925, dedicando-se inicialmente a obras ferroviárias, e ao longo do tempo suas atividades foram ampliadas para outras áreas, como rodovias, portos e aeroportos, em países além da Espanha, como Portugal, Chile, México, Brasil e Romênia.

“O primeiro passo desse projeto já foi dado pelo Governo do Pará. O interesse político é óbvio e com todos os esforços que já foram feitos em prol da ferrovia”, disse Henry Jacques Klein, do departamento comercial da AZVI, que deve se reunir novamente com representantes do governo.

O secretário da Sedeme, Adnan Demachki, foi o responsável de apresentar ao diretor da AZVI, José Manuel Martinez, as primeiras informações do projeto, bem como os estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental, concebido pela Pavan Engenharia que liderou um pool de outras empresas, e Martinez deverá criar um grupo de trabalho para estudar o projeto e ao final de janeiro retomar as conversas com o Governo do Estado.

Segundo Demachki, além da viabilidade econômica do projeto que transportará cargas e passageiros do Pará e do Brasil, o respeito às leis ambientais e às comunidades tradicionais também tem contribuído para atrair a atenção de investidores estrangeiros.

“A ferrovia a não passará por áreas indígenas ou quilombolas, tampouco florestas densas ou áreas de preservação. Essas sempre foram algumas das preocupações do Governo do Estado, de ter um empreendimento que respeitasse as comunidades tradicionais e com o menor impacto possível”, declarou.

Chineses e russos

A Ferrovia Paraense cortará o Estado de Sul a Norte em 1.312 quilômetros, conectando-se com a Ferrovia Norte-Sul, permitindo que esta chegue até o Porto de Barcarena. Mineradoras como a Vale a Norsk Hydro apoiam o projeto e devem transportar minério pela ferrovia.

Empresas como as chinesas China Railways Corporation (Crec) e China Communications Construction Company (CCCC), além da estatal russa RZD, já demonstraram interesse no projeto. Segundo a Sedeme, as já conheceram o projeto e estão estudando a possibilidade de se tornarem parceiras do governo do Pará no empreendimento. No final de novembro, a Crec assinou um memorando de entendimento (MoU, na sigla em inglês) para aprofundar os estudos sobre o empreendimento.

Ainda no mês passado, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) declarou que quer participar do financiamento da obra.

O custo do projeto é estimado em R$ 14 bilhões, considerando investimentos na construção da própria ferrovia e de entrepostos de carga. A interligação da Ferrovia Paraense com a Norte-Sul, num trajeto de apenas 58 quilômetros entre Rondon do Pará (PA) e Açailândia (MA), trecho final da Norte-Sul, abre caminho para uma nova alternativa de escoamento de carga em um porto paraense. A Ferrovia Paraense cruzará 23 municípios paraenses e terá capacidade de carga de até 170 milhões de toneladas/ano. Com informações da Sedeme.

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