Portadores de HIV/AIDS aumentam em Marabá e Região, mostram CTA e SAE

Dos novos casos registrados em Marabá, muitos vieram de outras cidades do país.

O número de pessoas infectadas pelo vírus da Aids vem crescendo em Marabá e em 22 municípios vizinhos. Segundo números do Centro de Testagem e Aconselhamento de Marabá (CTA) e Serviço de Atendimento Especializado (SAE), 2.305 pessoas são acompanhadas no Polo Marabá. Só em 2017, 215 novos casos iniciaram o acompanhamento no CTA/SAE, 175 casos são de pacientes residentes em Marabá e região, 40 novos casos vieram de outras cidades do país. A UNAids, órgão das Nações Unidas para lidar com a epidemia, afirma que existem 36,7 milhões de pessoas portadoras de HIV no mundo, entre 2010 e 2015, o número de infectados caiu de 2,2 milhões para 2,1 milhões, mas no Brasil, aumentou de 700 mil para 830 mil. O país é responsável por mais de 40% dos casos de Aids na América Latina.

O aumento dos casos da doença fez o CTA/SAE iniciar a campanha “Dezembro Vermelho” em Marabá pela prevenção do HIV/AIDS e outras infecções sexualmente transmissíveis. As atividades estão acontecendo no Shopping Pátio Marabá, indo de 2 a 5 de dezembro, realizando testagem rápida para HIV, Sífilis, Hepatite B e C. Além disso, faz-se aferição de pressão arterial, teste de glicemia, distribuição de preservativo masculino, feminino, gel lubrificante e panfletos informativos. Segundo Eliana Moreira Brito, Coordenadora do CTA/SAE, a campanha vem atingindo as metas propostas com um percentual significativo de exames.

Para chamar atenção sobre a importância da prevenção e combate às doenças sexualmente transmissíveis, além de testes e distribuição de material, a equipe do o CTA/SAE vem utilizando atividades muito criativas como apresentação musical, coral jovem, palestras, rodas de conversa entre outras atividades. A campanha Dezembro Vermelho vem ocorrendo em todo o Brasil, seguindo orientações do Ministério da Saúde, devido ao aumento de pessoas infectados pelo HIV em todo o país. Mesmo com todos os esforços, entre 2010 e 2015, 1,1 milhão de pessoas morreram de Aids no mundo. Como diz o ditado popular, “prevenir é melhor que remediar”.

Parauapebas / Entrevista

Em entrevista recente realizada pelo Portal Canaã, no Dia Mundial de Combate à AIDS, com o ativista e humanista, Joddal Simon, muitos temas foram tratados, alguns até polêmicos, porém realistas, do ponto de vista do Ativista, que fez afirmações contundentes com relação ao cenário de saúde pública voltada para pessoas que vivem com o vírus HIV.

Joddal Simon, que é um dos idealizadores do Instituto Acthivist, criado em 2014 com a finalidade de prestar assistências às pessoas vivendo com HIV/AIDS, especialmente no município de Parauapebas, disse na entrevista que “até 2020 toda família de Parauapebas terá um caso de AIDS”, perguntando sobre o que fazer para reverter esta situação, Simon diz que “ Não há mais o que fazer, apenas proteger as novas gerações” disse ainda que isso  “é angustiante, mas não é surpresa”.

Joddal, ainda frisou que, já vem alertando Parauapebas desde 2002 em suas palestras na iniciativa privada e proposições ao Poder Público. Diz que  “em 2010 de cada 10 pessoas que ele abordava em suas palestras perguntando “se conhecia alguém na família com HIV”, 4 respondiam que sim, disse ainda que “em 2014 esse numero subiu para 7, em 2020 chegará a 100 por cento das famílias Parauapebense”.

Ainda ressaltando o município que Parauapebas, onde atua, em se tratando dos altos índices que o município sempre apresenta nos boletins epidemiológicos, Joddal disse que os problemas são advindos da “falta de políticas públicas em educação, saúde e planejamento sexual e familiar”. Fazendo críticas afirmando que “não temos, enquanto sociedade, projeto para o tema sexo em geral. Nosso limite intelectual além de baixo é medíocre. Temos muitos educadores que lutam e querem esse tema dentro das escolas, mas se a construção dessa política não partir dos gabinetes de prefeito, educação, saúde e assistência social nada vai mudar enquanto governo. Mas quem quer faz, quem não quer faz desculpas.”

Brasil

O Boletim epidemiológico HIV/Aids 2017, mostrou que o perfil da aids, nos últimos dez anos, há uma tendência de queda de casos em mulheres e aumento em homens. Em 2016, foram 22 casos de aids em homens para cada 10 casos em mulheres.

Em relação à faixa etária, a taxa de detecção quase triplicou entre os homens de 15 a 19 anos (Maioria em relações homo afetivas), passando de 2,4 casos por 100 mil habitantes em 2006 para 6,7 casos em 2016. Entre os com 20 a 24 anos passou de 16 casos de aids por 100 mil habitantes, em 2006, para 33,9 casos em 2016. Já nas mulheres, houve aumento da doença entre 15 a 19 anos – passou de 3,6 casos para 4,1. Também há crescimento em idosas acima dos 60 anos, passando de 5,6 para 6,4 casos por 100 mil habitantes.

Quanto à forma de transmissão, a doença cresce entre homens que fazem sexo com homens, mudando o perfil, nos últimos dez anos, quando a proporção maior de caso era de transmissão heterossexual. Na comparação a 2006, observa-se aumento de 33% nos casos de transmissão de homens que fazem sexo com homens.

Redação/Portal Canaã com informações do Blog do Pedro Souza

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