Pará tem dois entre os 10 melhores hospitais públicos do país

Ofertar serviços de saúde eficientes e de qualidade para a população que vive no Pará sempre foi uma das principais metas do Governo do Estado. Esse investimento contínuo em saúde ao longo dos anos propiciou, por exemplo, a ampliação, de três para 10, no número de hospitais de alta e média complexidade, além da reforma, ampliação e requalificação de outros. Mas, a principal mudança foi percebida por quem já precisou fazer uso desse serviço.

Pesquisa realizada com pacientes atendidos em diversos hospitais públicos do Estado aponta nível de satisfação acima de 90% em pelo menos seis deles. O resultado foi conquistado após uma intensa mudança que partiu da capacitação e alteração de perfil do capital humano que trabalha nesses hospitais até a padronização e automatização de processos administrativos e gerenciais. Tais mudanças geraram a garantia de eficácia nos tratamentos, qualidade no atendimento e, principalmente, confiança e segurança aos seus pacientes.

Após toda essa mudança de perfil, hoje o Pará é o estado do Norte do país que mais possui hospitais públicos certificados e acreditados. Seis deles possuem a certificação da Organização Nacional de Acreditação (ONA), dada aos hospitais que atendem aos critérios de segurança do paciente em todos os seus processos, incluindo estrutura adequada, pessoal capacitado e processos institucionalizados, ou seja, hospitais que adotam as mais modernas práticas de gestão e ofertam atendimento seguro, de qualidade e humanizado.

“Posso assegurar que o Pará nunca viveu um momento como esse. É um reconhecimento acrescido sobre essas unidades que tanto se esforçaram para se adequar a esses critérios de qualidade e segurança. Hoje atingimos um posto alto e a meta, para até o final deste ano, é certificar pelo menos mais três hospitais. Hospital Metropolitano, em Ananindeua, o do município de Breves e o Hospital de Clínicas, em Belém, podem ser os próximos a atingir novos níveis de excelência”, destacou Vitor Mateus, secretário estadual de Saúde Pública.

Dos seis hospitais certificados, cinco são gerenciados por Organizações Sociais, que ao assinarem contrato com o Governo do Pará precisam buscar a melhoria dos processos e as futuras certificações. O outro hospital certificado é administrado diretamente pela gestão pública: a maior maternidade pública do Estado, a Santa Casa de Misericórdia do Pará, conquistou a ONA 1.

A Santa Casa de Misericórdia do Pará conquistou a ONA 1, que soma-se a outros títulos conquistados pela instituição, como o de Hospital Amigo da Mulher e Hospital Amigo da Criança

“Com a certificação a Santa Casa se insere em um cenário em prol da qualidade da assistência. Estudos demonstram que existem mortes evitáveis e o mundo inteiro se volta neste sentido. Compreendemos a necessidade de uma cultura de melhoria contínua. Com as mudanças, nós já observamos inclusive a redução de mortalidade na nossa unidade neonatal e nos óbitos maternos. O paciente que precisar de atendimento sabe que será bem atendido”, disse Rosângela Brandão Monteiro, presidente da Santa Casa.

O Certificado ONA 1 da maternidade soma-se a outros títulos conquistados pela instituição, como o de Hospital Amigo da Mulher e Hospital Amigo da Criança. Atualmente, a Santa Casa realiza uma média de 860 partos mensalmente, o que corresponde a 10 mil partos anualmente. A instituição atende 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Melhores do país

Dois dos grandes destaques do Estado estão no interior. Creditados com a ONA 3 (nível de excelência), estão o Hospital Regional Público da Transamazônica (HRPT), em Altamira, e o Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém, ambos gerenciados pela Pró-Saúde.

Paulo Czrnhak, diretor operacional da Pró-saúde no Pará, se orgulha do trabalho realizado nos hospitais que gerencia. “Passamos por um processo longo de capacitação de nossos colaboradores, do agente de portaria ao médico, para que inicialmente eles acreditassem nos processos que estávamos implantando. Hoje, toda essa segurança e mais a confiança geraram credibilidade a pacientes e profissionais, a certificação então foi só uma consequência. Nosso Núcleo de Qualidade e Segurança continua o processo, capacitando para que consigamos manter esse nível de atendimento e as certificações”, detalha.

Hoje, o Hospital de Altamira possui oito certificações e tem como meta fortalecer a assistência em excelência e abrir para a formação de profissionais em convênio com a Universidade Estadual do Pará (Uepa).

Já o de Santarém caminha para conquistar certificações internacionais de atendimento e ampliar ainda mais o número de atendimentos e prestar toda assistência, que até então era feita apenas na capital paraense. “Podemos dizer que hoje temos o SUS que dá certo. Sobre os hospitais que ainda não conquistaram a ONA, podemos assegurar que estão em processo de mudança e que, em breve, também atingirão esses padrões de excelência”, complementou o diretor operacional da Pró-Saúde no Pará.

Na capital paraense, outros destaques são o Hospital Público Estadual Galileu, acreditado Pleno (ONA 2) e possuidor de outros 13 títulos; Oncológico Infantil Octávio Lobo (ONA 1), o segundo, qualificado entre os melhores hospitais para o tratamento de câncer infantil no Brasil, alcançou uma meta importante: zerar a fila de atendimento de oncologia infantil. Sua meta agora é trabalhar em conjunto com a rede estadual e as escolas, para que os casos sejam logo diagnosticados, aumentando a chance de cura dos pacientes.

Um dos mais recentes a conquistar ONA 1 foi o Hospital Público Regional do Leste, localizado em Paragominas. Referência em atendimento de urgência às vítimas de acidente vascular cerebral foi certificado por atender o critério de segurança do paciente em todos os seus processos, o que inclui o aspecto da estrutura do ambiente hospitalar, pessoas capacitadas e processos institucionalizados.

Adriano Lima, diretor de operações do Instituto Nacional de Desenvolvimento Social Humano (INDSH) que também administra hospitais públicos do Estado, exalta as mudanças ocorridas nas unidades. “Nossos investimentos são contínuos em funcionários, treinamentos, sensibilização, qualidade no atendimento, segurança, entre outros. Hoje, os que não são certificados estão em processo para isso, o que deve acontecer em breve. Como resultado da adoção de novos processos já temos a diminuição do tempo de permanência do paciente nas unidades, diminuição das taxas de infecção hospitalar e de uso inadequado de medicamentos. O que posso dizer é que estamos empenhados em certificar todos os nossos hospitais e, para isso, o incentivo e apoio do Governo está sendo essencial”, finalizou.

A ONA

Entidade não governamental e sem fins lucrativos, a Organização Nacional de Acreditação certifica a qualidade de serviços de saúde no Brasil, com o objetivo de promover um processo constante de avaliação e aprimoramento na área de saúde e, dessa forma, melhorar a qualidade da assistência no país.

Para alcançar essa certificação, que se dá de forma voluntária, é necessário empenho de todos os colaboradores dos hospitais, para mudar a cultura da organização antiga para os modelos de práticas de gestão modernas e seguir o Manual Brasileiro de Acreditação Hospitalar, o que traduz em atendimento de qualidade, seguro e humanizado.

Além da ONA, os hospitais do Pará também possuem outros certificados que trazem ainda mais excelência, entre eles o “Prazer em Trabalhar”, “Líderes da Saúde”, “Hospitais Saudáveis”, “Excelência em Saúde”, “Hospital de Ensino” e “Cozinha Verde”. Este último mantém hortas próprias que servem de alimento para colaboradores e pacientes e que ajudam a reduzir o gasto com alimentação. Com informações da Agência Pará.

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