Famílias do acampamento Frei Henri, localizado na fazenda Fazendinha, em Curionópolis, sofreram um atentado em tentativa de desocupação da terra na madrugada deste sábado (19). De acordo com o Movimento dos Sem Terra (MST), o ataque foi promovido por dois latifundiários que se intitulam proprietários da terra. Até o momento não houve registro de feridos.
Segundo o MST, as famílias do acampamento foram surpreendidas por pistoleiros na sede da Fazenda Fazendinha, que atiraram, jogaram bombas e queimaram o pasto. Acuados, os trabalhadores rurais interditaram a rodovia PA-275 em forma de protesto. A equipe de reportagem do Portal Canaã esteve no local, as famílias queimaram pneus e interditaram durante duas horas, formando uma fila gigantesca de veículos entre os municípios de Parauapebas e Curionópolis.
Na tarde do sábado, a Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Pará recebeu a informação de que o Acampamento Frei Henri, localizado em Curionópolis, estaria sofrendo atentados por parte de grileiros que ocupam a fazenda Fazendinha. No dia 18 de julho, os deputados estaduais Carlos Bordalo (PT), Lélio Costa (PCdoB) e Ozorio Juvenil (PMDB), respectivamente presidente e membros titulares da Comissão de Direitos Humanos da Alepa, estiveram em Marabá e Curionópolis, para realizar uma escuta pública sobre as ameaças contra os trabalhadores, nos Acampamentos do MST Hugo Chávez (Marabá) e Frei Henri (Curionópolis). A diligência foi acompanhada pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/Pará, o advogado José Neto.
Em nota oficial, a Comissão de Direitos Humanos da Alepa manifestou preocupação com o clima de tensão que toma conta da área. Leia a nota na íntegra:
Desde a manhã deste sábado, 19 de agosto, um grupo armado ligado a produtores rurais ocupou a sede da fazenda “Fazendinha”, no município de Curionópolis. A área está sob forte tensão e há ameaça de expulsão dos trabalhadores rurais do acampamento Frei Henri, localizado às margens da PA 155, e que aguarda a homologação de assentamento pelo INCRA.
Segundo decisão da Justiça Federal, o imóvel é de propriedade do Incra, que aguardava desde a última quinta feira, dia 17, que o mesmo fosse desocupado.
Alerto aos responsáveis pela Segurança Pública do Estado e da União, em especial a Polícia Federal, para que mobilizem todos os esforços de pacificação deste iminente conflito para que o Estado não seja marcado por mais uma tragédia, a exemplo do que ocorreu em Pau D’Arco e em Eldorado dos Carajás.