Órgãos públicos discutem dados e estratégias para reduzir acidentes no trânsito em Belém

Foto: João Gomes-NID Comus

Em 2018, mais de 5 mil pessoas sofreram algum tipo de acidente no trânsito em Belém, sendo 84 vítimas fatais. Homens na faixa etária de 20 a 49 anos foram a maioria entre as vítimas. Dados como esses foram apresentados pela Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma), por meio do projeto Vida no Trânsito, durante uma reunião com diversos órgãos públicos para debater os desafios da redução do número de acidentes de trânsito na capital paraense. O encontro ocorreu na manhã de quarta-feira, 25, no auditório do Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa).

Lista – Os dados integram a Lista Única de Vítimas (LUV), obtida a partir de dados do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192), Corpo de Bombeiros Militar e Hospital de Pronto-socorro Mario Pinotti (da travessa 14 de março).

A LUV aponta ainda que motociclistas estão envolvidos em 33,49% dos acidentes registrados, e os pedestres são as vítimas que mais evoluem a óbito (47,62%). Já os idosos são as principais vítimas de atropelamento. As vias com mais registros de acidentes são Augusto Montenegro, Pedro Álvares Cabral e Almirante Barroso, pela ordem.

Maísa Gomes, coordenadora do projeto Vida no Trânsito e da Referência Técnica de prevenção da Violência e Acidentes/Sesma, afirmou no encontro que os acidentes de trânsito são causados por diversos fatores, inclusive comportamentais, com consequências econômicas e sociais e grande impacto nos custos da saúde pública.

“Discutir, atualmente, os acidentes de trânsito é buscar parcerias para que possamos fazer a vigilância e a prevenção de morte e violência. O que temos visto é o aumento da frota de veículos e um número de vítimas cada vez maior. O Ministério da Saúde já identificou dois fatores de risco comuns no Brasil, que são velocidade excessiva e uso de álcool e outras drogas. Mas já dispomos de estudos que também colocam o celular com um fator causador de acidente. São atitudes individuais que podem ter graves consequências coletivas”, ressaltou Maísa.

Dados – Ainda na apresentação dos dados, a coordenadora mostrou gráficos comparativos com a incidência de acidentes ao longo do ano, durante a semana e meses. “No monitoramento dos dados, percebemos que os acidentes estão distribuídos durante a semana, mas os casos com maior letalidade acontecem nos finais de semana, sobretudo nos períodos noturno e início da manhã. Também são mais comuns quando há feriados prolongados”, destacou.

O médico Hélio Franco, representando a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), apontou que os acidentes estão envolvendo pessoas no auge da sua capacidade produtiva e que o trânsito mata mais do que as 18 endemias mais comuns presentes na Amazônia. “Trânsito é uma questão de todo mundo e acidente é uma emergência. Tem que cuidar. Muitos ficarão com sequelas para o resto da vida. A melhor forma de combater é a educação”, disse o médico.

Representantes da Secretaria Executiva de Mobilidade Urbana (SeMOB) apresentaram as medidas que a gestão municipal está tomando para ampliar a segurança no trânsito e conscientizar todas as categorias envolvidas, como a implantação de faixas de pedestres cidadãs, multa cidadã, agentes educadores, palestras e teatro em escolas e outras instituições e melhorias nas sinalizações verticais e horizontais.

Participaram do encontro ainda representantes da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192), do Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem de Transporte (SEST/SENAT), Corpo de Bombeiros Militar, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Guarda Municipal de Belém.

Projeto – O projeto Vida no Trânsito (PVT) é uma iniciativa brasileira voltada para a vigilância e prevenção de lesões e mortes no trânsito e promoção da saúde, em resposta aos desafios da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Década de Ações pela Segurança no Trânsito 2011 – 2020.

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