Educação Escolar Indígena é pauta em audiência com representante do governo estadual

Educação Escolar Indígena é pauta em audiência com representante do governo estadual Foto: Francesco Costa

Representantes da comunidade indígena Xikrin do Kateté, ratifica e pleiteia que sejam tomadas todas as providências cabíveis pela Secretaria de Estado de Educação (SEDUC) visando, em caráter de urgência, a implantação do Ensino Médio Regular nas comunidades indígenas, sendo necessária a criação, regularização e, posterior construção/estruturação, da Escola Estadual de Ensino Médio indígena Bemoti Xikrin, na Terra Indígena Xikrin do Cateté – Parauapebas/PA, com atendimento das demanda existes relativas às 19 (dezenove) aldeias do Povo Indígena Xikrin do Kateté, bem como as providências necessárias para a imediata implantação de EJA – Ensino médio, implantação de laboratório de informática e a contratação de profissionais indígenas e não indígenas (habilitados), objetivando uma educação pública e de qualidade, nos termos da legislação correlata a educação escolar indígena vigente.

“Ressaltamos que o presente pleito reitera às inúmeras reivindicações encaminhadas à Secretaria de Estado da Educação (SEDUC) desde o ano de 2013 e diversas outras em anos anteriores, somente acolhido pelo Governador do Estado do Pará recentemente”, conclui o ofício.

A apresentação da pauta se deu na audiência promovida pela Comissão de Assuntos Relevantes, ocorrida na Câmara Municipal de Parauapebas, quando se fez presente o Secretário de Estado de Educação, Rossieli Soares, que recebeu as reivindicações das lideranças indígenas, através do OFÍCIO. Nº.: 067/2023 – I.B.X , encaminhado pelo I. B. X. _ Instituto Indígena Botiê Xikrin, assinado pelo diretor executivo Atoro Tikra xikrin Gavião.

A fala na tribuna, naquela audiência, foi feita pelo líder inígena, Tekore Xikrin, coordenador local do Sistema de Organização Modular de Ensino Indígena (Somei), que relatou algumas das principais deficiências na educação da população indígena Xikrin do Kateté, além da necessidade da implantação do Ensino Médio nas aldeias da etnia. “Essa reunião foi marcada de forma rápida, por isso, não conseguimos trazer nossos alunos, professores e pais de alunos”, afirmou Tekore Xikrin, dando conta de que a situação na escola Bep Karoti, situada na aldeia Kateté, está totalmente esquecida, além de faltar servidores e estrutura predial e pedagógica.

Girlan Pereira, coordenador do DRI – Departamento de Relações Indígenas, do gabinete da Prefeitura de Parauapebas, ao fazer uso da tribuna naquela audiência, disse ter aguardado 15 anos para entregar ao Secretário de Estado de Educação, a demanda reprimida do Ensino Médio. “Enquanto falam que a educação na zona rural está esquecida, eu digo que a educação indígena nunca foi lembrada. E isto é muito triste”, lamentou Girlan, mensurando que a pauta é desde 2008, desde quando tem dialogado com diversos setores e pela primeira vez reunindo como secretário de estado de educação.

Em sua fala, Girlan lembrou que quando o governador Helder Barbalho esteve nas aldeias Xikrin do Kateté, foi bem recebido e fez compromisso com a população. Naquele ato, solicitou reunião com o Secretário de Estado de Educação e seu adjunto, além da Coordenação Escolar Indígena, o departamento de obras e infraestrutura da Seduc, diretoria da Somei, e a 21ª URE, para tratar especificamente da educação escolar indígena. “Nossa pauta é longa e não dá para falar em três minutos. Para que o senhor como representante do governo do estado, ouça com atenção no momento oportuno os representantes indígenas”, encerrou Girlan Pereira.

Reportagem: Francesco Costa

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