PARAUAPEBAS 30 ANOS: 2018, o ano das contradições

Nesta semana o município de Parauapebas completa 30 anos de emancipação política, resultado de um movimento que, vale dizer, iniciei e capitaneei ao longo dos anos de 1984 até 1988, quando a nossa independência se sacramentou através de lei. De lá para cá chegamos hoje aos 30 anos com uma população de 250 mil pessoas, mais de 150 mil eleitores, e uma arrecadação de mais de um bilhão e duzentos milhões no ano que passou, 2017.

ARRECADAÇÃO SOBE
A progressão da arrecadação segue em ritmo esplêndido, ano a ano, e no ano em curso deverá ultrapassar os 3 bilhões de reais, levando em conta a alta do dólar (moeda sobre a qual se calcula a CEFEM), o salto da taxa da CEFEM de 2.3% sobre a fatura líquida do minério de ferro para 4% sobre a fatura bruta, valores que começam a entrar nos cofres calculados sob a nova fórmula a partir dos próximos meses. Até agora este imposto chega a 30 milhões/mês.

ARRECADAÇÃO SUBIRÁ MAIS AINDA
E esta arrecadação pode até superar os 4 bilhões neste ano se contabilizarmos os recursos que segundo a propaganda oficial o atual governo angariou e vem angariando de Brasília. Só de um Ministro são 250 milhões de reais, de outro são 16milhões, de vários deputados como Priante, Josué Bengstron da Sanguessuga, e outros, através de emendas, é mais dinheiro no caixa, além de um mega financiamento do BID, tudo segundo a propaganda do governo.

POPULAÇÃO ESTAGNOU
O aumento populacional estagnou, no crescimento normal da população, de alguns anos para cá, quando as levas de migrantes se direcionaram para Canaã dos Carajás com a implantação do Projeto S-11D. No ano de 2016 a arrecadação do município foi 800 milhões, sendo 400 a menos que no ano seguinte. Entre 2013 e 2016 a cidade viveu um boom de obras grandes e de médio porte, incluindo grandes vias e com destaque para o Hospital Municipal.

É ILÓGICO
A lógica dos fatos entretanto é incompreensível. Os fatos, melhor dizendo, agora são ilógicos. Há mais de um ano os empregos desapareceram, as demissões na prefeitura só aumentam, os salários dos servidores que não foram demitidos são achatados, o comércio reclama a quase total paralização, a rede de escolas que vinha sendo construída empacou e nenhuma mais foi sequer iniciada, os alunos não receberam uniformes, e a merenda é alvo de uma enxurrada de reclamações.

O DINHEIRO ESTÁ NOS COLCHÕES?
Com todo este quadro, sem investimentos, sem obras que geram empregos e movimentam o comércio, que por sua vez abre mais vagas de empregos, sem moeda em circulação na praça, como reclamam com razão todos os comerciantes, de duas uma: estaria este governo guardando essa imensa fortuna em seus colchões? Ou já a consumiu inteira com loucuras como um carnaval no qual gastou algo em torno de 10 milhões, 5 deles somente com palco, som e iluminação de palco.

IGUAL AO CARNAVAL DO RIO?
Quando citei há dias essa cifra, me contestaram. Mas além do citado contrato há que se somar ainda o que foi gasto com a contratação de shows por mais de 1 milhão, com fogos, propaganda, convênio com Ligas das Escolas de Samba, estrutura de apoio da Saúde, segurança, combustíveis, pagamentos de horas extras, inclusive “por fora” a servidores, e outros “por fora” pagos a “lideranças políticas” que não explicam o por quê mas pressionam e saem com seus muitos mil reais no bolso.

30 ANOS. É DE SE LAMENTAR.
É, aos 30 anos, estão aí expostas as contradições. Município cada dia mais rico e cidadãos cada dia mais pobres, mais aflitos, mais desempregados, sem assistência social, sem assistência na saúde, alunos em prédios escolares alugados, grosseiramente adaptados, e cuja estrutura mal se prestaria a presídio. Na cadeia Marcola, Lula, Beira Mar e muitos ouros têm mais conforto hoje do que centenas de alunos em nossa cidade. Isto é Parauapebas nos seus 30 anos.

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