Natureza – Produzir x Preservar

Por: Chico Brito

A LEI
Quando tomei conhecimento anos atrás, da obra de Shelley, poeta inglês, foi através da obra de um africano, Albert Camus, que o citava em um tratado de Filosofia: – “os poetas são os legisladores não reconhecidos do mundo”.

CONTRADITIO?
Confesso que estranhei a ligação: como pode, pensei, um artista cuja razão de viver, cuja essência é a busca da própria liberdade em sua plenitude, criar leis, que em nosso dia a dia, tolhem liberdades?

TEMPO
Com o tempo, entretanto, pude ver cada vez com mais clareza, que a lei é a régula, a régua que traça e que baliza a nossa caminhada com os nossos semelhantes e dessemelhantes em nossa trajetória pelo mundo.

HOMERO E CIA
Homero, Virgílio, Ovídio, não só estabeleceram as regras da gramática, (da sintaxe, que é Lógica aplicada), para a boa comunicação entre os homens, mas legaram muito mais para a nossa compreensão da condição humana.

CARÁTER
Deixaram também a noção clara da virtude, que significa em primeiro momento, não santidade, mas força, coragem, destemor, caráter, aquilo que desde o início foi fundamental para a sobrevivência dos homens.

DEPOIS
Deram sequencia ao caminho os europeus: os fundadores das Línguas Modernas, os autores das obras que fundamentaram nossa Língua Portuguesa, como a Inglesa, a Italiana, a Espanhola.

OS MESTRES E DAS ALMAS
São Camões, Dante, Shakespeare, Cervantes, em quem encontramos mais que a organização gramatical e lógica sem as quais não poderíamos chegar ao entendimento entre pessoas, e que abriram para nós, estradas.

COMO HOJE
Na crise de passagem na História esses reavivaram o sentimento de conquista do desconhecido, esse apelo intrínseco de nós, este desejo profundo de comunicação e de irmos além de todos os limites.

UNIDADE É PRESERVAÇÃO
Repenso: como um romântico pode falar em leis, um amante incondicional da Arte, da Liberdade? E isto lá no século XIX! Pois é. Vale, mais do que tudo esse amor, que redunda hoje em atos, para a preservação da natureza.

EQUILÍBRIO É INTEGRAÇÃO
Por que da natureza é que tiramos tudo: sustento, trabalho, salário, material para a conquista dos sonhos, dos mais simples aos mais loucos e ousados. Do alimento ao medicamento, do deleite gourmet ao metal para as máquinas.

PRODUÇÃO E REPOSIÇÃO

Os poetas, amigo, são mesmo, o que disse Shelley: são os legisladores não reconhecidos do mundo. Muito antes de todos, são eles que dão o tom, o caminho a seguir, que balizam os caminhos.

O REAL E O SONHO
O problema desses poetas, desses amantes de vidas aparentemente muitas vezes desregradas e loucas, é que estão sempre muito à frente no tempo. E o real, lá adiante, é o sonho. Como o sonho de hoje lá na frente é que será o real.


Acesse mais na coluna do Chico Brito


 

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