Chico Brito: A Condução é Geral

PROPAGANDA
Chegando o dia do julgamento por corrupção passiva a que será submetido o ex-presidento Lula, seus partidários massacram na propaganda. Só não vi se pronunciarem ainda as duas intelectuais do partido: Marilena Chauí e Dilma Roussef. O povo, sobretudo os humoristas, aguarda ansioso as palavras desta última. Aquele discurso comovente. Talvez seja alguma coisa sobre a mandioca. Talvez diga que tem uma mandioca de todo o tamanho esperando pelo Lula lá em Porto Alegre. Mas não sabemos o que ela vai dizer.

DIRCEU E PALOCI
O economista do grupo, o Totõe Paloci, este já abriu o bico. Mas foi para contar tudo sobre a bandalheira. Principalmente sobre a que quase levou a Petrobras à falência e que, como consequência, nos faz pagar esse preço salgado da gasolina hoje. Tudo a ver, inclusive, com o pré-sal e a propaganda enganosa. E o estrategista José Dirceu – “CRIAR O CAOS NO PAÍS PARA PERMANECER NO PODER” – não pode falar, (disse ele que por razões técnicas, mas é por problema de tornozeleira eletrônica mesmo).

MARIMBONDO DE FOGO
O centenário José Sarney intrometeu-se na nomeação do novo Ministro do Trabalho e criou a maior zona. Disse que queria mostrar seu poder de fogo para o Temer e deu-lhe uma picada tipo de Marimbondo Tatu. Temer disse que a dor que Sarney está lhe dando é dor de cabeça, não é como ele estava pensando que iria doer lá no tuvelo. E aí a Justiça do Rio, sem escolher se faz Justiça ou se faz política, se encarrega de meter o bedelho no que não é sua praia, argumentando em cima de um suposto Direito Subjetivo. É não. É só presunção do juiz, lamentavelmente.

MORAL
Dito juiz carioca (tinha que ser carioca – e o juiz Bretas lá é uma exceção) certamente não conhece a Língua Latina e nem o significado da palavra “mos/mores”, que se traduz por “costumes”, e que tem como sinônimo a palavra “consuetudinis”, “aquilo a que o povo está acostumado”. E com que o povo está acostumado no Brasil, ou a própria Justiça está acostumada? A impedir a posse de elementos que respondem a processos? Assim fosse a própria Justiça não manteria no cargo eletivo pessoas já por ela mesma condenadas.

E MAIS
Tanto é que se não fosse este o entendimento, o costume da população, ela não elegeria pessoas já condenadas, como é o caso aqui junto de nós, do prefeito de Parauapebas. Do qual mais da metade de assessores também são réus – e alguns até já condenados – em ações por improbidade. A Lei da Ficha Limpa estaria em indiscutível vigência no país. E a própria Justiça condenaria, excluiria (e não premiaria), seus próprios membros ímprobos. Não é isto o que se vê, senão não teríamos este tira e volta de corruptos para suas funções públicas.

ATROPELANDO
Isto acontece não pela manutenção do Direito pleno do cidadão – linha que defende Gilmar Mendes – mas pela visão relaxada e tolerância costumeira de todo o povo para com corrupção. Que antes acontecia nos segredos de classe atualmente se modificando em razão da popularização dos mass media. Da mídia. Mas é uma modificação que ainda está em curso e não cabe a um juiz modificar a ferro e fogo os costumes ou implantar aqueles que ainda não estão consolidados no seio da sociedade. Não cabe a ele atropelar os costumes vigentes.

NÃO É CINISMO
A nomeação de assessores do Executivo é competência do Presidente. O critério subjetivo (e político, claro) é da alçada de quem nomeia. No caso da nomeação da Ministra do Trabalho impedimentos explicitados na lei não existem. E o conceito de moralidade é vago. Verdade que é sentimento de parte da sociedade o desejo de um poder probo. Mas se entrarmos no cerne da questão, no dia a dia da plebe, infelizmente, iremos constatar que a grande maioria tem o desejo ferrenho de condenar e banir os corruptos. Mas só aqueles que sejam seus adversários. E assim caminhamos. Esta é ainda nossa moral. Como esclareci acima em bases filológicas, moral são apenas costumes. E esses ainda são os costumes do povo brasileiro.

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