Mineração: Que bom que os chineses estão chegando

Wander Jose Nepomuceno

E pela voracidade logo, logo estarão por aqui na região de Carajás.

Em 2010 , quando estava na feira em Beijing, anunciavam que a China seria a 1a economia mundial em 2030.

Pois bem, estamos em 2017, 7 anos depois a China já é a 2a maior economia do planeta e caminha a passos largos para superar a economia americana podendo acontecer até antes de 2030.

Estive lá de novo mais recente mente e pode verificar como Pequim se transformou e pela primeira vez, vi estrela no céu da capital chinesa, seguido de dois dias ensolarados de primavera.

Não é poesia, é o resultado da política ambiental levada a sério com rigoroso acompanhamento das autoridades.

As ultrapassadas térmicas a carvão estão sendo, ou melhor, estão programadas para serem desligadas e substituídas.

A imprensa é controlada pelo governo, de qualquer forma, chamou-me a atenção a notícia do fechamento de mais de 22 mil empresas por descumprimentos de leis trabalhistas relacionadas à segurança do trabalho. Imediatamente, veio à mente um flash back sobre o que passou em 1995 em relação à economia, ou seja, quando o Partido define as diretrizes, e assim o fez, colocando o meio ambiente e a melhoria das condições de trabalho como prioridades, a máquina se move e as consequências dessas politicas aparecem imediatamente em função de sua escala.

Tudo é monumental.

Durante a viagem tive a oportunidade conhecer Shenzhen, cidade de cerca de 16 milhões de habitantes na Província de Cantão e que faz divisa com Hong Kong.

Shenzhen é o resultado da política das Zonas de Desenvolvimento Econômico. Com pouco mais de 40 anos, é o que podemos chamar de zona urbana bem planejada com uma infraestrutura de fazer inveja a países como Alemanha.

Além da modernidade, Shenzhen também oferece um colírio para os olhos do visitante com seu skyline futurista e prático.

Para quem tiver curiosidade, vale a pena buscar na internet fotos da cidade e do aeroporto.

Este simplesmente é uma maravilha, com curvas de fazer inveja a Niemeyer.

O custo do metro quadrado em Shenzhen em uma zona nobre da cidade está entre R$ 40.000,00 e R$ 50.000,00, isso mesmo, quase 2 vezes o preço do m2 no Leblon.

Do rico país pobre !

Existem apreensões, fundadas, pelo crescimento da “bolha imobiliária” e alguns até a comparam com a bolha japonesa que o próprio governo estourou no início dos anos 90 e colocou o Japão em uma recessão e posterior estagnação nos últimos 25 anos.

As condições de poupança interna e de consumo, bem como hábitos familiares, colocam a China em condições de gerenciar sua “bolha” com regulamentações que até o momento estão dando resultados.

A China vem investindo em infraestrutura a 30 anos , educação, R&D e combatendo a corrupção diuturnamente.

Com taxas de crescimento de dois dígitos até 2010, e agora em torno do patamar de 7% anual, faz com que a sociedade comece a desfrutar de um padrão de vida confortável, com uma capacidade de consumo inimaginável para os nossos padrões, no que se refere à sua escala e dimensão.

O que nos faz tão distantes do sucesso chinês?

Simples, políticas de longo prazo, obras de infraestrutura sustentáveis sem interferência lde organismos internacionais oportunistas e defesa do capitalismo exacerbado.

Corrupção pena de morte .

A diferença está no propósito de fazer do país uma potencia econômica mundial, dando a seu povo condições de vida confortável, sem pobreza.

Criando uma classe trabalhadora com capacidade de se sustentar sem subsídios, sendo um país politicamente comunista.

Isto é inédito na história das grandes potências mundiais.

Não cabe aqui discutir a politica interna, cabe reconhecer que o Partido Comunista diferente dr nossa esquerda caviar soube implementar uma política econômica única, capaz de realizar, com trabalho e planejamento a longo prazo, todas as expectativas postas na China, para chegar em 2017 em condições de afirmar ao mundo que efetivamente será a maior economia do planeta em 2030 .

Será?

Enquanto isso, aqui no Brasil, não conseguimos se quer conceber um plano estratégico de longo prazo, com visão de desenvolvimento do País para os próximos 5 anos especialmente a região rica de Carajás que necessita de obras urgente de infraestrutura, saneamento básico , sustentabilidade econômica, R&D e combate ferrenho à corrupção.

O dia que conseguirmos eleger políticos que pensem no bem estar da população e executar os compromissos de campanha e investir no saneamento básico da região de Carajás respeitando sua gente , conseguiremos deixar para trás essa vergonha que nos assola chamada exploração de recursos minerais e naturais sem a devida compensação pela sua exaustão e excelência na qualidade .

Esta riqueza que o BID está de olho não existe almoço de graça.

A sociedade vai pagar caro por isso

Esta escolha pode inviabilizar as receitas do município que serão datas com garantias .

A maior riqueza da região se esvaira pelos trilhos da ferrovia com destino a China gerando empregos e melhoria da qualidade de vida e aumentando a riqueza do país.

Aqui crianças brincando encima do esgoto.

País rico povo pobre e políticos explorando a miséria.

Saúde precária e os gastos públicos só aumentam e os desafios e as corrupção seguem o mesmo caminho .

Temos que reverter está lógica perversa.

E a partir daí, criar as bases para o desenvolvimento que todos nos brasileiros merecemos.

Até lá vamos aplaudir o sucesso dos outros e lamentar o dever de casa quem não fizemos.

Vamos aguardar porque os alquimistas estão chegando. ……..

WJN

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2 thoughts on “Mineração: Que bom que os chineses estão chegando

  1. O fato é que nenhum país enriquece e se desenvolve vendendo commodity, tendo por base apenas a etapa extrativista, tanto que os chineses sabem muito bem disso, pois lá é proibido a exportação de bens in natura, pois somente quem lucra com a venda de commodity são as mineradoras. Se os governantes não se conscientizarem que deve haver investimentos na industrialização para agregar valor à atividade minerária com urgência, nós continuaremos na estaca zero, sendo dilapidados de geração em geração, até que o bem mineral se esgote e a nossa decadência chegue ao seu ápice.

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