Indústria de calcário deve gerar cerca de 290 empregos em São Geraldo do Araguaia

Uma das demandas mais antigas dos empreendedores do agronegócio no Pará pode, enfim, vir a ser cumprida. Na manhã da segunda-feira, 20, o Governo do Estado, através do secretário de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia Adnan Demachki, assinou um protocolo de intenções com a Calmap Indústria de Calcário LTDA para que a empresa implante uma indústria de beneficiamento de calcário, para fins de uso na agricultura e pecuária, no município de São Geraldo do Araguaia.

“Esse tipo de empreendimento tem o total apoio do governo, que tem no Pará 2030 um plano de estado estratégico de crescimento e que, das 14 cadeias prioritárias no momento, pelo menos dez estão ligadas à produção primária dependem do calcário para correção do solo” comentou o titular da Sedeme, Adnan Demachki.

Com 30 anos de experiência na mineração de calcário, a SM Minérios do Brasil – controladora da Calmap – vê sua primeira incursão em território paraense como um desafio. “Não é possível um estado desse tamanho e com a quantidade e variedade de minérios que tem não produza calcário. Depois de pesquisarmos encontramos o minério no município de São Geraldo (do Araguaia) com uma qualidade excelente para o uso na mineração, com uma boa concentração de magnésio. Agora é se estabelecer, contando com a ajuda do governo, e já ano que vem iniciar a produção”, comentou Wilson Holanda, diretor da SM Minérios, quer na ocasião esteve acompanhado do também diretor Antônio Holanda Neto.

A reintrodução de nutrientes no solo é essencial para quem pratica a agricultura e pecuária de alto rendimento, e a calagem – corrigir a acidez do solo – apresenta-se como prática indispensável nesse contexto. O insumo empregado na prática da calagem é o calcário agrícola, composto essencialmente por carbonatos de cálcio e magnésio. De forma geral, recomenda-se a aplicação do insumo em pré-plantio, com antecedência de dois a três meses, de modo que o mesmo possa reagir de maneira adequada. A reação química entre o calcário e a água neutraliza a acidez do solo.

Atualmente, quase 100% do calcário utilizado na agricultura paraense é importada de outros estados, o que encarece o produto sobremaneira. Como é vendido por peso e, geralmente, comercializado em grandes quantidades, o próprio frete acaba saindo mais caro que o produto. “Com o calcário sendo produzido aqui esse custo deve cair, sem falar na facilidade do acesso ao produto”, observou Demachki.

Poliana Sousa, geóloga da diretoria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral (Digem), da Sedeme, salienta que “o calcário que a empresa irá explorar no município de São Geral do Araguaia é destinado para agricultura, com teores médios de 30%CaO (hidróxido de cálcio), 17% MgO (óxido de magnésio) e 4% Si (silício), em torno de 92% PRTN, trata-se de calcários com alto teores de magnésio, ou seja, dolomítico”.

O Protocolo de Intenções lista entre os compromissos da Calmap a implantação da indústria de beneficiamento de calcário em São Geraldo do Araguaia a partir da concessão da licença ambiental; contratar, sempre que possível, residentes no Pará, preferencialmente, no município de São Geraldo – é estimada a geração de 100 empregos diretos na fase de implantação e 40 na fase operação, com provavelmente 150 indiretos -; dar preferência, na compra de bens e serviços em estabelecimentos localizados em território paraense; zelar pela preservação do meio ambiente.

O Governo do Estado se compromete, entre outras coisas, a apoiar a implementação dos projetos definidos no Protocolo, priorizando a análise do procedimento de licenciamento ambiental; apoio da Secretaria de Transporte para a construção de treze pontes em concreto na estrada PA 477 além da manutenção da estrada; construir rede de energia até o local da indústria.

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