Opinião: Saneamento Básico e Desenvolvimento Regional

Os desafios para os novos prefeitos da região de Carajás No dia 1º de janeiro, as cidades da região de Carajás passaram a contar com novos prefeitos eleitos e reeleito nas Eleições de 2016.

Os desafios são muitos e o cobertor curto demais para atender todas as demandas dos municípios e ao mesmo tempo atrair investimento para desenvolvimento regional . Mas o saneamento básico é questão essencial para qualquer mandatário do poder executivo municipal. Os recursos aplicados no setor contribuem para a melhoria da qualidade de vida da população e ajudam a atrair investimentos.

Um dos primeiros passos dos novos prefeitos nessa área é elaborar e colocar em pratica o Plano Municipal de Saneamento Básico, caso o município ainda não tenha o seu deve elaborar e definir seus parâmetros conforme necessidade e peculiaridade de cada população e a infraestrutura existente mesmo que precária , macro drenagem e recursos hídricos mapeamos no seu perímetro urbano e rural .

A partir dessa etapa, a próxima fase é buscar executar o que está determinado no documento. Para os dois estágios, é importante contar com especialistas e isso é uma das grandes dificuldades das mais de cinco mil cidades brasileiras. Ainda hoje, mais de 80% delas sequer contam com um profissional de engenharia para qualquer tipo de orientação. Essa lacuna vai afetar tanto a elaboração quanto a execução do plano.

Dedicação exclusiva é essencial .

Uma das saídas é contratar empresas de consultoria especializadas no assunto, que podem oferecer a orientação e os serviços necessários. Aí que mora o perigo porque logo estas consultorias vem aparelhadas de especialistas que diante a suas senioriddades impõem conceitos construtivos e majorando custos da obra em comum acordo com o consórcio construtor e agentes públicos sejam eles locais ou não principalmente os ditos abridores de porta dos agentes de financiamento em Brasília .

Este é o grande dilema da gestão pública ! Os novos prefeitos vão enfrentar indicadores aquém das reais necessidades da população. Para se ter uma ideia, apenas 8 % dos esgotos da região são tratados e a média das 100 maiores cidades brasileiras em tratamento dos esgotos foi de apenas 50,26%, conforme dados do Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento (SNIS 2014). Isso tem reflexos diretos na qualidade de vida da população. Vale lembrar ainda que para cada R$ 1 investido em saneamento economiza-se R$ 4 em saúde, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).Outra importante “lição de casa” para os novos prefeitos é investir na redução de perdas de água. Hoje, desperdiçamos 42 % da água tratada pelas companhias de abastecimento municipal .

O problema se concentra principalmente em desperdícios , pressão instantânea e ligação direta na rede de distribuição , vazamentos por tubulações antigas, ligações clandestinas, falta de medição ou medições incorretas.

Temos possibilidade de avançar, principalmente nos municípios da região .

O governo federal pode incentivar as cidades com programas de troca de tubulações.Elas contribuem para jogar fora um grande volume de água que passou por um processo de tratamento de alto custo.

É dinheiro literalmente jogado pelo ralo.

Hoje, as empresas brasileiras do setor já contam inclusive com tecnologia que permite a troca desses encanamentos sem a necessidade de abrir valas nas vias das cidades.

São chamados de métodos não-destrutivos de substituição de tubulações antigas em áreas densamente urbanizadas. Além das tubulações antigas, os operadores precisam melhorar a gestão de operação dos seus sistemas de abastecimento, com pessoas competentes , sem interferências de políticos e fora do cabide de emprego de cabo eleitoral , sistematizar a gestão atualizando os seus cadastros e implantando Distritos de Medição e Controle (DMCs).

Mas precisamos ainda enfrentar a realidade dos custos de tratamento de água e esgoto na região .

As tarifas cobradas pelas companhias de saneamento na região estão longe da realidade e não refletem os reais custos operacionais, como o aumento da energia elétrica, gastos com produtos químicos, entre outros. Isso afeta diretamente os próprios investimentos, adiando obras essenciais e melhoria dos serviços prestados.

Os novos prefeitos têm o compromisso de melhorar a qualidade de vida da população.Mas poucos querem enfrentar a situação de forma efetiva e sempre buscam soluções com projetos já prototipados por consultorias aparelhadas é padrão do toma lá dá cá do ciclo vicioso da política regional .

E isso passa, invariavelmente, pelas condições de política de estado como a relação entre qualidade de vida , saneamento básico e saúde .

Sem investimentos no setor, os municípios continuarão deixando um legado de subdesenvolvimento capaz de afetar seriamente a vida das pessoas.

É preciso mudar isso! Até quando esta lógica perversa de exploração irá continuar sem o retorno social e sua contribuição para rever este estado precário da qualidade de vida dos mais necessitados em uma região tão rica é tão pobre na sua competência para resolver um problema básico de desenvolvimento e saúde pública !

Nota :

Saneamento básico é a atividade relacionada ao abastecimento de água potável, o manejo de água pluvial, a coleta e tratamento de esgoto, a limpeza urbana, o manejo de resíduos sólidos e o controle de pragas e qualquer tipo de agente patogênico, visando à saúde das comunidades.

WJN

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