Mineradora produz mais rejeitos por ano do que a população mundial

Joe Cuzza, diretor administrativo da Amira International, organização global sem fins lucrativos que trabalha com mineradoras, afirmou que uma única mineradora gera, anualmente, mais rejeitos que toda a população mundial. Ele apresentou uma palestra nesta quarta-feira (14) no II Fórum Minas e Mineração no Século XXI, que aconteceu em Belo Horizonte (MG), sobre os desafios na gestão de rejeitos de mineração.

“Devemos construir sistemas de armazenamento à prova de falhas capazes de suportar um evento que pode acontecer em mil anos. As empresas estão agora sob uma crescente pressão para garantir que não haverá efeitos adversos para as pessoas, a sociedade e o meio ambiente durante a vida do pós-fechamento de mina”, disse Cuzza. Segundo ele, uma companhia, cujo nome não foi revelado, gera todos os anos 1,5 bilhão de toneladas de rejeitos.

Luiz Melo, presidente do Instituto Tecnológico Vale (ITV), falou sobre a palestra do diretor da Amira International, em um debate que teve a participação também de Virgínia Ciminelli, coordenadora do INCT Aqua.

“Tem uma informação muito importante que o Joe Cuzza mostrou é sobre quanto uma única mineradora produz de rejeito por ano: 1,5 bilhão de toneladas de rejeito. O paralelo que o Joe buscou é o quanto de rejeito é produzido nos centros urbanos por 7 bilhões de pessoas, que produzem menos rejeito por ano que uma única mineradora no mundo. Então isso dá uma ideia da magnitude do problema, não é um desafio trivial”, disse Melo.

“O futuro para a mineração de minério de ferro, em Minas Gerais, não estou certo em quanto tempo, 30, 50 ou 100 anos, mas nós também teremos que fazer mineração subterrânea e esse deve ser um tópico de progressivas discussões no futuro”, afirmou Melo, lembrando ainda que a Suécia é um exemplo de país que realiza a mineração subterrânea há muitos anos.

Além da palestra de Joe Cuzza, o fórum teve painéis que debateram temas como “Rejeitos e Resíduos: Práticas de Referência”, “Visões e contribuições de potenciais segmentos consumidores” e “Caminhos futuros: metas e estratégias”, onde é apresentada a plataforma R³ Mineral.

O II Fórum Minas e Mineração no Século XXI é um evento organizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (Indi), e outras entidades, como o Sindicato da Arquitetura e Engenharia e Minas Gerais (Sinaenco/MG). O encontro aconteceu no auditório do Centro de Desenvolvimento Nuclear (CDTN), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

De acordo com a organização do evento, mineradoras como a Vale, Ferrous, Ferro +, Gerdau, CSN e a Votorantim participaram do encontro. (NMB)

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