Canaã dos Carajás: o declínio de uma cidade que aprendeu a odiar qualquer político eleito

Há uma unanimidade entre a população de Canaã dos Carajás. E, como toda unanimidade, é burra, eu diria, mas completamente compreensível: o ódio por qualquer político eleito. Não há projeto divulgado, aprovado, benéfico que não seja execrado no mar amargo das redes sociais. Há ódio e a militância irritante de Facebook e Whatsapp não elogia ninguém, não perdoa ninguém e o ódio, cada vez mais latente, só parece aumentar com o passar dos dias. Não há sobriedade. A turma anda chapada com esse veneno proveniente de almas amarguradas e não há antídoto pro ódio que surgiu da revolta.

Qualquer unanimidade é burra, sabemos disso. Mas essa imbecilidade anarquista de reprovar tudo e todos ultrapassa as barreiras da chatice. Nada é bom, nada presta e isso é insuportável. O ódio destilado pelas pessoas depois do afastamento de Jeová Andrade não é uma exclusividade do prefeito eleito. Foram cruéis, nefastos, odiosos comentários, mas nenhum deles é exclusividade de Jeová. A militância de internet, a maioria covarde na vida real, não tem pai, nem mãe, nem filhos, nem respeito por ninguém. A militância revoltada de hoje é a mesma que votou mal em 2016 e parece arrependida disso.

A militância não se perdoa por ter eleito vereadores como Baiano, Élio, João Nunes… A inércia dos legisladores atrapalha, talvez, mesmo os que tentam fazer algo diferente. Rael, por exemplo, eleito com 591 votos, grande parte deles por sua militância no esporte, faz indicações que beneficiam a classe e é criticado por isso. Até entendo que a saúde deve ser tratada como prioridade, mas não se pode criticar alguns pelo sono de outros.

Ao que parece, só os discursos inflamados de Vânia Mascarenhas empolgam a população. Discursos oportunistas, enfadonhos, populistas e baratos, eu diria, mas empolgantes, obviamente. Wilson, elogiado no ano passado pela ferrenha perseguição ao governo, virou alvo de acusações e críticas nas redes pela aparente incoerência ao aceitar a liderança do governo na Câmara. Ninguém é bom o suficiente para atender tamanhas frustrações reveladas nas redes sociais.

Acredito que Jeová, ainda que fosse o maior gestor de todos os tempos, encontraria as mesmas declarações repletas de rancor nos caminhos embaraçosos da internet. Não há reputação política que sobreviva ao ódio de Facebook. As direitas são cansativas, as esquerdas são insuportáveis na grande rede… O grande duelo ideológico, a queda de braço entre as expectativas, frustrações… Não há razão, não há contexto e os erros de gestão são apenas pretextos baratos para todas as destilações de veneno. Pela inércia, incompetência, despreocupação de alguns, todos se tornam péssimos.

E a população, com exceções, é péssima também. É péssima ao eleger gente ruim e depois ficar de ladainha em Facebook. O povo elege, o povo crucifica e o povo se dá mal no fim das contas. Os insuportáveis não enxergam avanços, nem boa vontade, nem a honestidade de alguns poucos e bons.

A cidade declina. O povo é cada vez menos humano ao odiar todos sem razão alguma para tanto.

Com tanto ódio, tanta revolução de sofá, os ruins serão eleitos de novo em 2020. Pode apostar que sim.

A política em Canaã é um grande triturador de reputações

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One thought on “Canaã dos Carajás: o declínio de uma cidade que aprendeu a odiar qualquer político eleito

  1. Estão querendo fazer igual lula um paliativo para o pobre Canaã está precisado de políticos com capacidade de administração pública pra gera emprego sustentável de vereadores capazes de deflagrar projetos palpáveis . exemplo uma cidade pequena com quase 1000 quebrquebra mola cadê um projeto de educação de trânsito uma fiscalização nas auto escolas que distribui carta sem o condutor nunca te pego um veículo esse é só um exemplo , empresas sem incentivo fiscal não fica no município lembre se : se vocês que se dizem gestores nao5consegue administrar vossas casas como que tem administra uma cidade .

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