Opinião: Cem dias de governo Darci Lermen

Por: Henrique Branco

Henrique Branco

Na semana passada os prefeitos eleitos ou reeleitos na última eleição, completaram 100 dias de gestão, entre eles Darci Lermen, que iniciou o seu terceiro mandato à frente de uma das prefeituras mais ricas do norte do Brasil. O referido período é exatamente o tempo de “quarentena” que é dado aos gestores para que se organizem e melhorem suas gestões.

O atual mandatário da política parauapebense retornou ao Palácio do Morro dos Ventos como a promessa de promover grandes ações, levando em consideração (propagado pelo próprio) a sua experiência de duas gestões anteriores. Darci chega aos seus primeiros 100 dias (em um total de 1460), em ritmo de “arrumação de casa”, ou seja, o que foi feito até o momento é o básico, de manutenção de máquina pública municipal, buscando reorganizar as finanças, promovendo assim o aumento gradativo dos investimentos.

Darci sabe que os tempos áureos dos altos níveis de arrecadação, especialmente quando o minério de ferro estava cotado na casa dos 115 dólares e que proporcionava ao tesouro municipal volumosos recursos provenientes da Cefem. Isso é passado e não deverá retornar ao patamar anterior. Agora as demandas são outras, algumas mais complexas e não há recursos próprios para sanar os problemas e cumprir a extensa agenda de promessas de campanha.

Lermen alterna sua governança entre seu confortável e espaçoso gabinete com viagens a Belém e a Brasília. Na pauta a busca por recursos e parcerias para obras e ações em Parauapebas. Nesta relação que surgiu recentemente a aprovação de 70 milhões de dólares que serão repassados pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) em caráter de empréstimo para serem aplicados no saneamento básico em Parauapebas. Até o momento a referida ação é a maior conquista da recente atual gestão.

A estrutura organizacional da prefeitura foi mantida. Ou seja, Darci Lermen ao assumir não quis ou entendeu não ser necessário qualquer mudança no “tamanho” da máquina pública municipal (mesmo em época de crise econômica e reorganização das gestões públicas – geralmente com a fusão de secretarias), portanto, a PMP se manteve com as mesmas dimensões institucionais da gestão passada. O que mudou foi o processo de gerenciamento. Manter a mesma estrutura seria algo obvio, ainda mais com o atendimento de um amplo leque de apoio na campanha, com 14 partidos políticos que estavam coligados com a chapa vencedora. Na montagem do governo ficou claro que a prioridade de Darci estava em atender os partidos, entregando espaços (secretarias) para as agremiações partidárias, procurando acomodar os aliados.

A maior diferença está justamente na condução, no comando. Darci Lermen imprime da forma mais explicita o seu perfil de governar. Faz questão de participar de quase todos os atos de sua gestão (desde ações, projetos e até negociações com sindicatos). Quer ter o controle de tudo, sua marca de gestões passadas, mas ao que parece ficou mais evidente agora. Outro ponto está na relação com a comunidade. O referido mandatário da política parauapebense reserva um dia de sua agenda semanal para atender todo e qualquer cidadão que o procure. Nesse dia (geralmente as quartas-feiras) entra pela madrugada.

De resto, cada secretaria, cada setor, vai sendo gerenciado para que funcione minimamente bem. Algumas obras de manutenção de vias, saneamento básico e abastecimento de água vem ocorrendo. Outro ponto relevante e que foi muito criticado na gestão passada é a comunicação. A equipe montada é de grande qualidade. Isso se materializa nas peças publicitárias e na comunicação institucional, muito melhores em comparação com as produzidas no governo anterior, que, aliais, se comunicava mal. Fato reconhecido pelo ex-prefeito recentemente.

Darci Lermen sabe que a sua atua gestão será de grandes desafios e com tendência de queda de recursos e arrecadação. Por isso, a sintonia da equipe e a boa gestão será o diferencial. De resto, Lermen vende simpatias aos munícipes por onde passa, o afago é importante para amenizar as cobranças e questionamentos que virão. A “quarentena” para muitos acabou.

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