Venezuelanos pedem esmola nas ruas de Canaã dos Carajás

Foto: Silvia Lopes

O colapso econômico e humanitário que a Venezuela vem enfrentando tem feito com que muitas famílias busquem refúgio em outros países.

A busca desesperada por emprego, comida e moradia chegou a Canaã dos Carajás.
Nos semáforos ou nas calçadas da cidade, já é possível encontrar homens, mulheres e crianças pedindo esmolas. Em uma placa de isopor, o Jhoni Flores que não domina a língua portuguesa encontrou uma forma de chamar a atenção de motoristas e pedestres que transitam pela Avenida Weyne Cavalcante. Na chapa, a frase “Bom dia! Sou venezuelano refugiado e passando necessidade. Ajuda-me!”, foi a forma que o homem encontrou de comunicar-se.

Casado e pai de três filhos, Jhoni disse que não tinha condições de continuar a viver com a família em seu país de origem, por isso, resolveu fugir para não passar fome. “As coisas estão muito difíceis lá [Venezuela]. Não tinha emprego, o país está em crise, uma verdadeira guerra declarada. Eu precisei fazer isso [Fugir] porque meus filhos precisam comer todo dia, dormir em um lugar digno e se vestir”, contou.

Com uma vasilha de plástico e algumas poucas moedas e cédulas já depositadas, a esposa de Jhony pedia esmolas do outro lado da rua, com ela, os filhos sentados em meio a mochilas, sacos plásticos e uma pequena panela destampada com um pouco de comida que a família ganhou na manhã desta quinta-feira, 9.

Questionado pela reportagem do Portal Canaã sobre suas perspectivas para o futuro, o venezuelano foi taxativo. “Estou aqui em busca de ajuda, se não conseguir, vou ter que pegar minha família e partir para outra cidade. Vou tentar a sorte até conseguir um emprego, o que não posso é desistir ou voltar para meu país, não nesse momento”, concluiu.

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