Sem acordo: Trabalhadores dos Correios seguem de “braços cruzados” e usuários são prejudicados em Canaã dos Carajás

Fachada dos Correios de Canaã dos Carajás / Foto: Silvia Lopes

Na manhã desta quarta-feira, 19, o senhor Raimundo Brito procurou a agência dos Correios de Canaã dos Carajás porque precisava emitir uma segunda via do CPF (Cadastro de Pessoa Física).

“Eu perdi meus documentos e vim aqui só para pedir a segunda via, pois precisava ir ao banco pra resolver uma pendência no meu auxílio emergencial, só que agora eu nem sei quando vou poder resolver isso”.

Dona Lourdes Pereira veio em busca de notícias de sua encomenda, mas assim como o senhor Raimundo, se deparou com as portas fechadas. Dos dez trabalhadores do centro de distribuição, cinco carteiros e cinco atendentes, apenas o gerente se recusou a aderir à greve que, na ‘Terra Prometida’, iniciou na manhã de ontem.

Cartazes comunicando a paralisação foram espalhados do lado de fora do prédio localizado na Av. dos Pioneiros. Em Canaã, a adesão foi de 100% dos funcionários, eles ‘cruzaram os braços’ e só pretendem retornar às atividades após um acordo com a categoria ou através de uma ordem judicial.

A greve, de acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (FENTECT), foi motivada pela possível privatização dos Correios, perda de direitos estabelecidos em um acordo firmado em 2019 com o sindicato da categoria, dentre eles: a exclusão de benefícios referente ao custeio de creches, auxílio para filhos com necessidades especiais, a redução da licença maternidade de 180 para 90 dias, a redução do vale alimentação, além da reivindicação de melhores condições de trabalho durante a pandemia causada pela Covid-19.

Caso o Supremo Tribunal Federal (ST) suspenda uma liminar que trata do Acordo Coletivo do Trabalho (ACT), a greve pode ter fim nesta sexta-feira, 21. Se a corte optar por prorrogar por mais um ano as cláusulas estabelecidas na reunião anterior, os funcionários terão mantidos todos os benefícios. No entanto, o Ministro Dias Toffoli votou pelo fim do acordo, mas ainda falta o parecer dos demais ministros que devem votar até o final da semana.

Na tarde de hoje, Emerson Marinho, secretário da Fentect, afirmou que a área jurídica dos sindicatos já está articulando para sensibilizar a corte e atender ao pleito da categoria.

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