Produtores de Canaã protestam a favor de melhores condições de trabalho

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Abertura de mineradora deixou agricultores de Canaã numa situação complexa, à qual estes reagiram com três semanas de intenso protesto. Conheça as dificuldades dos trabalhadores brasileiros, dos agricultores de Canaã e também o que vai ser feito para
melhorar a situação.

Não é novidade que, em várias regiões brasileiras, as mais diversas situações tornam bem complexa a vida laboral. No ano passado, as preocupações quanto às condições de trabalho, a previdência social, a aposentadoria e os salários tinham já gerado uma onda de protesto no Brasil. O movimento social intenso, em 2019, geraria, até, a atenção dos
mídia internacionais.

Mesmo os setores que estão apresentando melhorias – como as lojas online – apontam a complexidade de situações como a concorrência elevada e as altas taxas de insucesso, que tentam combater através de estratégias como a criação de leads no e-commerce ou o recurso a métodos que fornecem grande apoio logístico, como o dropshipping.

Claro que essas preocupações são distintas das de outros trabalhadores que, por situação de desemprego, de salários baixos ou de se verem impossibilitados de realizar as suas
funções, sentem diariamente a necessidade de reivindicar seus direitos, para conseguir reaver a dignidade de vida.

Para quem cresceu em Canaã de Carajás, conhecendo a terra como fonte de sustento, a recente abertura de uma mineradora que coloca em causa o ambiente e a qualidade das culturas locais foi a razão do protesto.

Venha conhecer o protesto desses agricultores face à mineradora e quais as indenizações que lhes são devidas por essa entidade.

Protestos de agricultores de Canaã são ouvidos.

Recentemente implementada na região, a mineradora Vale terá de definir o montante no qual indenizará os produtores rurais do município onde se fixou, Canaã de Carajás.

A ação dessa mineradora afeta, pois, os produtores que exploram a terra junto ao Parque Nacional dos Campos Ferrugfinosos, afetando a qualidade das culturas e impedindo-as.

A contrapartida desse complexo para o ambiente na localidade fez com que os
agricultores da região acampassem, por três semanas, em frente ao S11D, exigindo respostas sobre a indenização devida.

Impedidos de continuar os seus trabalhos e tendo perdido, nessa impossibilidade, suas fontes de sustento, os agricultores locais reclamam o que a empresa instalada tinha prometido: o pagamento de indenizações que permitissem às famílias da região manter as suas vidas dignas. Essa promessa, no entanto, tinha estipulado que os pagamentos se iniciariam no começo de 2020, em Janeiro, o que não aconteceu.

Os representantes dos produtores agrícolas da região demonstram preocupação face à ausência de pagamento pela empresa, sendo que encaram, já o problema derivado da
fixação da mineradora, estando impedidos de trabalhar.

As três semanas de protesto geraram já a atenção da mineradora Vale, que apontou o começo de Março como prazo para o começo dos processos de pagamento aos agricultores. Descrentes, esses afirmam que, embora desmobilizem o acampamento por agora, tencionam voltar caso os pagamentos não sejam cumpridos de acordo com o estipulado e nos prazos previstos.

A entrada da mineradora na região

Ao entrar na região de Canaã, a Mineradora Vale tinha assinado, com o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) o Acordo de Cooperação Técnica, visando este a regularização fundiária do Parque e anexando ainda notas sobre o processo a adotar para as regiões não abrangidas pela Floresta Nacional de Carajás.

Esse acordo visava, pois, o estabelecimento de vários prazos e etapas para apurar e proceder ao pagamento devido aos ocupantes da região que merecessem, pelo impacto
desta situação, receber suas indenizações.

Ainda sem muitos avanços, os agricultores da região de Canaã encontram-se atualmente a aguardar o começo do processo de pagamento para conseguirem gerir suas vidas.

Uma visão global do trabalho no Brasil

De facto, a situação de descontentamento que atinge os agricultores de Canaã não é um caso isolado. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a taxa de desemprego em solo brasileiro atinge, atualmente 11,9 milhões de pessoas, o que corresponde a 11,2%.
A situação gera desconforto no país, embora a reação das pessoas seja, cada vez mais, de inatividade. Segundo o mesmo relatório, a procura por emprego reduziu bastante no Brasil, sendo cada vez menos as pessoas que ativamente procuram emprego.

Embora o empreendedorismo pareça fugir às estatísticas e, particularmente entre as lojas online, dados indiquem um crescimento, os números lançados em 2018 pelo SEBRAE já enunciavam, também, que esse cresciemento não se faz acompanhar de uma taxa de sucesso, sendo que, na verdade, apenas 20% das novas empresas digitais sobrevive por mais de ano e meio.

Todas essas situações mostram um Brasil onde a cadeia laboral está fragilizada, tendo um impacto bem complexo no cotidiano das pessoas comuns e demonstrando que o Crescimento econômico apontado em 2019 é, por agora, ainda insuficiente para garantir a dignidade e independência ao povo brasileiro.

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