O pesquisador James Thiago Leite Cruz, formado em Biologia (Universidade Federal do Pará) e Relações Internacionais (Universidade da Amazônia), especialista em Gestão Empresarial Internacional (London School of Business and Finance), Mestre em Desenvolvimento Sustentável (Instituto Tecnológico Vale) e principal estudioso da Licença Social de Operação em empreendimentos da Amazônia Brasileira esteve em breve passagem pelo município de Canaã dos Carajás, no estado do Pará, entre os dias 05/02 ao dia 13/02, entrevistando moradores para analisar a opinião pública sobre os impactos e benefícios da mineração na cidade.
Em conversa com o Portal Canaã relatou que as mineradoras tem buscado melhorar a performance social nas atividades realizadas na terra, mas enfrentam resistência daqueles que se sentem prejudicados com atuação da indústria no local, como os moradores de zona rural.
“Enquanto uns acham que tudo corre as mil maravilhas, outros grupos sociais sentem-se inseguros e esquecidos”, contou James.
O pesquisador enfatiza que para as empresas conquistarem uma forte Licença Social de Operação, não se pode soltar a mão de ninguém. Especialmente da população rural, que apresentou os piores resultados preliminares quanto à satisfação com os benefícios e impactos da mineração.
James diz que que os desastres de Mariana e Brumadinho, duas cidades mineiras, ainda ecoam fortemente no imaginário popular, e influenciam significativamente no modo como a população vê as mineradoras em Canaã dos Carajás. Ainda em conversa, ele afirmou que as empresas devem preocupar-se em fortalecer a comunicação com a sociedade como um todo, em seus distintos setores e grupos sociais – não apenas a classe política ou seletos grupos que as procuram.
“Uma população insatisfeita com a qualidade de vida numa cidade tão rica quanto Canaã, tende a confiar menos nas mineradoras, mesmo que a responsabilidade também seja do governo local. Nesse sentido, é necessário pressionar o poder público local para garantir o adequado investimento dos impostos da mineração, ainda que não seja obrigação empresarial. Desse modo, tende-se a fortalecer a Licença Social de Operação de suas atividades, e protestos como esses que estão acontecendo na cidade poderão ser evitados”, finalizou o pesquisador James Thiago.