Passagens exclusivas para animais do Ramal Ferroviário S11D beneficiam fauna na Floresta Amazônica

O traçado do Ramal Ferroviário foi definido, após estudos e análises de diferentes alternativas. Os viadutos são os primeiros construídos no Brasil.

Viadutos exclusivos para passagem de fauna foram criados pela primeira vez no Brasil. As duas passagens foram executadas pela Vale e atendem determinação do Ibama para implantação do Ramal Ferroviário S11D.  Os viadutos estão localizados em Canaã dos Carajás e fazem parte de conjunto de 32 passagens de fauna implantadas ao longo dos 101 quilômetros do Ramal.

Conforme informação  do Ibama, “a determinação resultou na  criação do primeiro viaduto para travessia de fauna (overpass) do país”. A orientação do órgão foi motivada pelos bons resultados obtidos com o emprego de viadutos em países da América do Norte e da Europa, que chamaram a atenção da equipe de licenciamento ambiental para a eficiência da medida. No Brasil, a solução mais comum ainda é a instalação de túneis subterrâneos.

Ainda segundo informações do órgão, os viadutos possibilitam uma travessia segura para os animais e permitem a dispersão de espécies que precisam de áreas extensas para sua sobrevivência.

Por meio do monitoramento, já foi possível registrar fauna silvestre em 75% das estruturas. A identificação foi feita por fotos obtidas de câmeras acopladas a sensores de movimento, instaladas em locais estratégicos ao longo da ferrovia. As fotos flagram o momento em que tatu-quinze-quilos, tamanduá, cutia, iguana, capivara, lontra, cachorro do mato e jaguatirica usam as passagens para cruzar a ferrovia.

Viaduto integrado ao ambiente natural dos animais
Viaduto integrado ao ambiente natural dos animais

Os dois viadutos de fauna foram construídos com o objetivo de reproduzir uma área natural se aproximando ao máximo do habitat dos animais. As estruturas são cobertas com gramíneas e pequenos arbustos, típicos da região. Além dos viadutos, três outros tipos de passagens foram instaladas, conforme análise conjunta realizada entre o  Ibama e Vale. São eles: a adaptação de sistemas de drenagem com passadiços para possibilitar o trânsito de animais sob a ferrovia mesmo em períodos de chuva, passagens exclusivas sob linha férrea e passagens de primatas interligando a copa das árvores de ambos os lados da ferrovia.

Além das passagens, o projeto do Ramal foi pensando para a menor interferência possível na Floresta Nacional de Carajás. Dos 101 quilômetros, apenas três passam pela Floresta, por meio de obras especiais como pontes, viadutos e túneis, com o objetivo de permitir a plena reconectividade da Floresta e possibilitar o fluxo da fauna silvestre.

Obras, como pontes e viadutos, foram realizadas dentro da Flona, para que a área abaixo fosse naturalmente revegetada
Obras, como pontes e viadutos, foram realizadas dentro da Flona, para que a área abaixo fosse naturalmente revegetada

O traçado do Ramal Ferroviário foi definido, após estudos e análises de diferentes alternativas, em conjunto com os órgãos ambientais também para o menor impacto às comunidades e considerando a expansão urbana. Ao todo, foi necessária a construção de 21 passagens superiores, inferiores e viadutos ao longo do Ramal Ferroviário S11D, para garantir o fluxo de carros e pedestres em toda a extensão da ferrovia.

Por meio do projeto, foram realizados também investimentos sociais como a construção da rodovia Faruk Salmen, com o objetivo de melhorar o fluxo rodoviário da região. Além da destinação de R$ 20 milhões, em apoio à construção de uma faculdade no município, entre outras ações de fomento à geração de emprego e renda para as comunidades situadas na área de influência do projeto, como por exemplo, a realização de ações de capacitação profissional.

Em setembro de 2016, o projeto recebeu a licença de operação, após o órgão responsável verificar o cumprimento das ações e medidas de controle ambiental executadas pelo projeto durante a Licença de Implantação (LI).

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