Nada contra a greve, mas falar ‘percas’ em vez de ‘perdas’ é sinal de que a educação não pode parar

Por. Kleysykennyson

Ah, eu sou de esquerda e a poesia do povo na rua em busca de direitos sempre vai me comover. O direito à greve é tão legítimo quanto o dever de trabalhar e as conquistas só vêm por meio da luta sem medo. Ninguém pode parar um coração feito para a luta e nem mesmo a poesia ruim de jingles impagáveis torna o movimento por dias melhores menos legítimo.

O que acontece é que a educação parou. E as crianças sem aula, em um dos municípios mais poderosos do Brasil, é o terrível diagnóstico de uma tragédia sem precedentes. O custo de vida é alto, os reajustes são baixos, a inflação supera os aumentos e o servidor é quem paga o pato.

Mas a educação parou e isso é a franca tristeza de um coração amargurado. As crianças, bilhetes do tempo, pagam por fracassos da sociedade. Os pequenos canaenses sofrem as dores de algo que não precisaria existir em um município tão rico. Quem tem mais razão? Servidores ou governo? Eu tenho a resposta: as crianças.

E, nos discursos intelectuais dos líderes sindicais, uma palavra tem se destacado nos últimos dias: percas. Percas salariais. Mas, ora! “Perca” é a forma verbal e o correto seria o substantivo “perda”. Alguns educadores têm repetido sistematicamente o mesmo erro e a pergunta é inevitável: estes servidores que querem o MERECIDO aumento ensinarão os nossos filhos a falar errado? Espero, DE VERDADE, que não! Espero que esse pequeno erro seja só pelo calor do momento e que os nossos educadores saibam a diferença entre o verbo e o substantivo.

Educar é coisa séria! E um erro tão simples, e tão repetido nos últimos dias, é a prova cabal de que a educação NÃO pode parar sob nenhuma hipótese. Sindicatos, governo e servidores! Cheguem a um acordo o quanto antes!

NINGUÉM ganha com a greve. Ninguém gosta de greve e ninguém quer que ela continue por mais tempo. Nessa queda de braço, não há vencedores e quem perde é sempre o mais frágil: as crianças, pobres crianças não podem voltar para casa sem o devido ensino.

Lutem, companheiros!

Governo, olhe por todos!

Voltem ao trabalho!

Melhorem!

E não se esqueçam das crianças.

A educação não pode parar.

 

Por. Kleysykennyson

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