Minério de ferro tem maior alta desde abril

Sistema de medição de volume de minério em correias transportadoras

O minério de ferro chegou, na sexta-feira (18), à sua maior cotação em quatro meses e hoje (21) o preço referência para o minério com teor médio de 62%, segundo a consultoria Metal Bulletin, foi de US$ 79,81 a tonelada. A commodity está em trajetória ascendente durante a maior parte dos dias desde a mínima de US$ 53,36, em 13 de junho.

Apesar de a produção de aço na China, maior consumidora de minério no mundo, seguir forte e a economia não dar sinais de reversão do crescimento ainda alto, analistas creem que a atividade chinesa já começou a se desacelerar principalmente nos setores que mais consomem a commodity. Por isso, há um quase consenso de que a cotação atual da matéria-prima encontra-se alta demais.

Mesmo assim, a performance registrada até aqui pode fazer com que o terceiro trimestre traga balanços ainda benéficos para as principais produtoras.

No acumulado de 2017, o minério ainda cai 1,2%, mas só em agosto o avanço é de 5,8%. Além disso, no trimestre até agora, a média de preços é de US$ 69,96, o que representa valorização de 11,1% ante o apresentado entre abril e junho e alta de 19,9% na comparação anual.

“Muito provavelmente esse nível não poderá se sustentar além do terceiro trimestre”, afirma o banco UBS em relatório enviado a clientes. “A atividade mais forte da construção na China e a falta sazonal de oferta das exportações indianas por conta das monções devem deixar de ser tão importantes no quarto trimestre e em 2018, derrubando os preços”, diz o banco.

Para o banco suíço Julius Baer, os números de julho já mostram que tanto a formação bruta de capital fixo quanto o mercado imobiliário, sinais importantes de consumo do minério, começaram a perder ritmo no gigante asiático. A instituição crê que grande parte do repique, mais forte nas últimas semanas, foi puxada pela especulação no mercado futuro.

“O sentimento mais otimista [dos mercados] para metais deve esfriar e pesar sobre os preços, trazendo-os para níveis mais justificados por fundamentos”, diz o analista Carsten Menke, do Julius Baer, em relatório.

A consultoria Capital Economics, por sua vez, diz que há grandes chances de o arrocho monetário da China reduzir a atividade econômica já nos próximos meses. Isso minguaria o consumo e o preço de matérias-primas, incluindo o minério.

Ainda na visão do UBS, bem provavelmente a faixa de estabilização para a commodity ficará de US$ 50 a US$ 55 no longo prazo, dando conta dos maiores volumes de oferta ao longo dos anos e uma demanda ainda fragmentada, além da normalização de resultados das mineradoras e o investimento em novas minas para compensar o esgotamento de operações já existentes. Com informações do Valor Econômico.

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