Investimento no S11D, terminará em 2018, afirma Vale

Mina S11D Foto: Ricardo Teles

O investimento da Vale no S11D, maior empreendimento de minério de ferro da empresa, em Canaã dos Carajás, vai se encerrar em 2018. A afirmação foi feita pelo diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores da companhia, Luciano Siani, na semana passada.

Segundo ele, a companhia continua olhando custo de produção de minério de ferro abaixo de US$ 30 por tonelada e, dentro da estratégia de desalavancagem, deve acelerar a recompra de dívida no mercado.

De acordo com Siani, a empresa também continua a trabalhar na venda do negócio de fertilizantes em Cubatão (SP).

Custo

A Vale informou que o custo de produção do minério de ferro no porto, que inclui mina, planta, ferrovia e porto, excluindo royalties, conhecido como custo caixa C1, foi de R$ 49,30 por tonelada no segundo trimestre deste ano, ou US$ 15,20 por tonelada. A informação consta de relatório da companhia sobre desempenho do segundo trimestre, anunciado na semana passada.

A empresa classificou o valor como elevado, e resultante de custo não recorrente de tarifa ferroviária (MRS2); maiores custos com “demurrage” (taxa de uso de navio por tempo maior do que delimitado em contrato); e custos de manutenção sazonalmente mais altos.

Entretanto, a companhia espera reduzir este patamar. De acordo com a empresa, a expectativa é que os custos caiam para o intervalo entre R$ 46 e R$ 47 por tonelada no segundo semestre, “de volta aos níveis em reais de dois anos atrás, devido à combinação de maior produção, custos de manutenção sazonalmente mais baixos e ganhos de produtividade”, afirmou a mineradora.

O preço médio dos finos de minério de ferro realizado pela Vale no segundo trimestre de 2017 ficou em US$ 51,35 por tonelada, 6,31% maior do que os US$ 48,30 por tonelada do segundo trimestre do ano passado. Entretanto, foi 32,23% menor do que o do primeiro trimestre de 2017, quando o preço ficou em US$ 75,78.

O preço médio realizado na base Platts Iodex, índice de referência para o preço à vista do minério de ferro na China, ficou em US$ 62,90 por tonelada no segundo trimestre. Na comparação com segundo trimestre do ano passado, US$ 55,70, houve aumento de 12,9% no preço no segundo trimestre. Entretanto, em relação ao primeiro trimestre de 2017, US$ 85,64, houve recuo de 26,55%.

Níquel

A Vale reduziu a meta de produção de níquel para 2017 em 7% na comparação com a estimativa feita no fim do ano passado. Agora, a mineradora espera produzir 295 mil toneladas de níquel este ano. A redução deveu-se, segundo a Vale, às ações da companhia para ajustar a oferta de níquel ao ambiente de menor preço. Entre elas, a empresa colocou minas não competitivas, como Stobie, em Sudbury, e Birchtree, em Manitoba, em paralisada e em manutenção (care and maintenance, em inglês).

Além disso, a nova meta reflete a produção menor que a planejada para o primeiro semestre em Manitoba, Nova Caledônia e Indonésia. A companhia afirmou ainda que vai reduzir sua fabricação de produtos de alta sílica em uma taxa anualizada de 19 milhões de toneladas.

No texto do balanço, o diretor-executivo de Minério de Ferro e Carvão, Peter Poppinga, disse que esse movimento é uma resposta às “condições de mercado” e ressaltou que está mantida a meta de produção de longo prazo limitado a 400 milhões de toneladas por ano.

Essa redução na produção de produtos de alta sílica acontece devido ao comportamento do mercado no segundo trimestre, quando a mineradora teve o prêmio do seu minério de ferro com teor de 65% de ferro “contrabalançado pelo grande desconto em alguns materiais de baixo teor e alta sílica que tiveram de ser vendidos diretamente sem blendagem”.

“Reequilibrando o portfólio de produtos de acordo com as condições de mercado, através do gerenciamento de produtos e o aumento da blendagem offshore, continuaremos a maximizar nossas margens”, declarou Poppinga.

Metas

O presidente da Vale, Fabio Schvartsman, disse que não é objetivo da empresa bater recordes de produção, mas sim de resultados. Segundo ele, a Vale tem evitado forçar o mercado com produtos de baixa qualidade, o que tende a ajudar em uma melhor realização de preços.

O executivo também destacou que o compromisso de fazer da Vale uma empresa diversificada permanece. O trabalho de diversificação precisa ser analisado, primeiro, dentro do atual portfólio de produtos da companhia, destacou o executivo. Só depois, se for necessário, devem ser vistas outras oportunidades de diversificação, afirmou.

Siani acrescentou que a operação de financiamento para o carvão em Moçambique deve colocar US$ 2,2 bilhões no caixa da companhia. A Vale também espera receber este ano os recursos da venda da divisão de fertilizantes para a americana Mosaic.

Estoque

A Vale pretende terminar o ano com 70 milhões de toneladas de estoques de minério de ferro no exterior em que há mistura de diferentes tipos de minério, com diferentes teores de ferro, o chamado “blending“.

Poppinga afirmou que serão 25 milhões de toneladas misturadas na Malásia e 45 milhões em outros pontos, inclusive a China. No ano passado, a empresa encerrou com estoques de 40 milhões de toneladas de minério de ferro no exterior.

O executivo lembrou que os estoques da Vale no exterior estão subindo. No segundo trimestre, a companhia embarcou 81,6 milhões de toneladas de minério de ferro e pelotas e vendeu 69 milhões de toneladas de finos de minério, o que levou a uma alta de 5,3 milhões de toneladas dos estoques no exterior.

A blendagem de minério no exterior é, segundo Poppinga, uma estratégia para realização de preços melhores e distribuição de vendas mais eficiente. “Durante 2018 vamos ter muito um gap menor entre os embarques e as vendas”, afirmou. Com informações do Valor Econômico.

Receba as notícias do Portal Canaã

Siga nosso perfil no Google News

Deixe um comentário