O queridinho dos paraenses está com o preço mais salgado nestes primeiros dias de 2020. Com a escassez do fruto na região, devido o inicio do período de entressafra, o litro da açaí médio, o mais consumido pelo paraense, que antes custava R$ 10, está sendo comercializado por até R$ 15, o que representa uma alta de aproximadamente 50%.
O reajuste do preço já reflete no comércio de Canaã dos Carajás. No box da Lívia, por exemplo, as vendas já apresentaram uma queda considerável nos últimos dias. “Está muito difícil de encontrar o açaí porque ele saiu de safra. Com isso, o valor do saco aumentou e a gente teve que aumentar o preço do litro. Com a alta do preço a procura diminuiu, porque as pessoas estão reclamando do valor. Todos os anos isso acontece por causa da chuva”, explicou a vendedora.
Com a queda da produção, a lata do açaí que antes do período chuvoso chegava aos batedores por no máximo R$ 170, subiu para R$ 250. Em alguns pontos da cidade, os comerciantes já não batem o fruto com tanta frequência, essa foi uma das alternativas adotas para escapar do prejuízo. “O açaí que chega pra gente está vindo de cidades como Jacundá e Abaetetuba, e como fica muito longe, o saco fica mais caro e o litro que antes a gente vendia por R$ 10, depois foi para R$ 12, agora está custando R$ 13 e já vamos ter que aumentar para R$ 15 nos próximos dias”, disse Marlucia Ferreira, vendedora.
O Pará produz em torno de 500 mil toneladas de açaí por ano. A alta do preço é um problema para muitos paraenses, tanto para os que utilizam o fruto como sobremesa, quanto para aqueles que o consomem como refeição principal.
Mas para quem ama o roxinho e não consegue viver sem ele, como é o caso da Selma Aquino, o preço é só um detalhe que não deve atrapalhar em nada essa relação de amor e sabor. “Ele aumentou muito sim, “está pela hora da morte”, mas quem gosta não deixa de consumir por causa de preço. Eu não consigo viver sem o açaí, então, o jeito é comprar no preço que está”, disse a universitária.
O período de entressafra só deve terminar no início de maio, até lá, vai ter muita gente pechinchando preço ou colocando água para fazer “render” o litro do açaí.
