Com uso de mini chip, Instituto Tecnológico Vale realiza estudos promissores sobre abelhas

Seu Luiz Rodrigues é uma pessoa notavelmente especial. Criador de abelhas, vendedor de mel e presidente da Associação de Apicultores, em Canaã dos Carajás, ele é envolvido e ativo em questões ambientais e ama o que faz.

Sabendo que não existe ser vivo no mundo que não dependa do trabalho desses insetos, Seu Luiz conta que não existe maior satisfação para ele do que realizar diariamente seu trabalho.

Por saber da importância desses pequenos animais para a polinização da maior parte das plantas com flores no mundo, na região de Carajás, a apenas algumas horas da casa de Seu Luiz, pesquisadores do Instituto Tecnológico Vale (ITV) estudam algumas espécies de abelhas sociais nativas, seus hábitos, raios de voos e mencionam seu papel na manutenção da biodiversidade do planeta.

Eles já descobriram, por exemplo, e podem informar a pequenos produtores que o alcance de voo das abelhas nativas uruçu cinzenta e uruçu boca de renda pode ser cerca de 1,5km da colmeia. Por essa razão, é importante o criador preservar áreas naturais e verificar quais as flores visitadas nas redondezas da sua criação. Essas abelhas são também muito importantes na produção de alimentos. Plantas bem polinizadas por insetos têm forma mais perfeita, melhores sementes e maior valor comercial.

Seu Luiz fica feliz de saber que o trabalho com as abelhas nativas da região está sendo realizado. “Quando se fala de pesquisa, isso ajuda muito no nosso trabalho. Porque são conhecimentos que vão além do que a gente pode imaginar no nosso trabalho prático”.

Sobre os estudos com abelhas

O estudo integra o trabalho do Grupo de Biodiversidade e Serviços de Ecossistema do Instituto Tecnológico Vale (ITV), em Belém. No programa, pequenos chips são elaborados para que possam ser adaptados e acoplados nas abelhas. A intenção é que o chip funcione como um crachá que possibilite o monitoramento das atividades desses animais. A partir do monitoramento, análises de dados são feitas e, por meio dos estudos, entendemos melhor a biologia e uso sustentável destas abelhas.

“Procuramos compreender o trabalho diário das abelhas da colmeia, o comportamento individual em relação ao da colônia como um todo. Voando de flor em flor, elas permitem uma avaliação da qualidade do ambiente, através de análises do alimento que elas coletam e trazem para o ninho”, explica Vera Fonseca, pesquisadora titular do ITV.

O projeto une ciência de ponta com o estudo da vida e busca, através dessa união nos saberes, inovar e fazer a diferença para o mundo e para a comunidade.

 

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