Colombiano ganha a vida como malabarista em Canaã dos Carajás

Foto: Silvia Lopes

Enquanto o trânsito para por alguns segundos, o Felipe Lima de 28 anos, aproveita para usar e abusar da arte circense. A habilidade de encantar quem esbarra na agitação da vida urbana está no sangue do jovem colombiano, filho de músicos e que, há cerca de seis anos, escolheu os semáforos brasileiros para viver do malabarismo.

Na manhã desta quinta-feira, 8, durante o seu primeiro dia em Canaã dos Carajás, o malabarista mostrou que não tem um pouco de timidez e a cada vez que o sinal ficava vermelho, fazia da faixa de pedestre na Av. Weyne Cavalcante, o seu palco principal e, usando três facões, promovia um verdadeiro espetáculo ao vivo e a cores. “Eu faço mágica, malabares com vários acessórios e inclusive com fogo que é o que mais chama a atenção das pessoas. Essa é uma arte em que se faz coisas extraordinárias com objetos simples. Requer muita coordenação motora”, disse o colombiano em entrevista ao Porta Canaã.

Viver de malabares tem lá prós e contras, um dos benefícios é ser livre. O Felipe não revela seu faturamento diário, mas conta que dá para sobreviver do malabarismo e que inclusive, foi através dessa arte que o jovem aprendeu a dominar na Bolívia, que ele já chegou a conhecer pelo menos nove países nos últimos anos. “Fazer o que eu faço tem lá os seus riscos, mas eu treino bastante. A faca é de verdade mas não está amolada. Em cada pais eu aprendo uma coisa diferente”.

Foto: Silvia Lopes

Um dos riscos de optar em viver sem compromissos com horários, rotinas e dependente do sistema é ter que enfrentar o preconceito, coisa que o Felipe tira de letra. “As pessoas estão em um grau cultural em que elas sabem quem é artista e quem não é. Na rua nós temos espaço livre e é daqui que eu vivo, como, bebo, pago meu aluguel entre outras contas. Não existe um salário fixo, tem dias que a gente tira bem, outros não. Quanto ao preconceito, ele sempre vai existir, mas a gente, como artista, não pode deixar essas coisas nos abaterem, tem preconceito para tudo, mas a gente só extrai o melhor de tudo e o resto a gente exclui”, contou.

Receba as notícias do Portal Canaã

Siga nosso perfil no Google News

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *