Por que 60% dos eleitores de Bolsonaro são jovens?

Em Belém, por exemplo, Jéssica Melo da Silva e outras 150 pessoas discutem diariamente propostas de Bolsonaro e ataques a adversários em um grupo de WhatsApp chamado “Direita Jovem Paraense”. Grupos parecidos são muito populares em outros Estados e tentam, cada vez mais, conseguir votos para o candidato.

Os diretores dos institutos Datafolha e Ipsos acreditam que, em 2018, Bolsonaro deve perder força porque, na campanha, ele terá menos tempo de propaganda na TV e no rádio do que seus adversários. “Apesar das redes sociais serem muito importantes, a televisão ainda tem um peso gigantesco. Bolsonaro está num partido pequeno, terá poucos segundos”, diz Paulino.

“A minha tese é de que provavelmente vá surgir um candidato mais ao centro, que consiga se equilibrar na polarização entre esquerda e direita”, concorda Cersosimo, do Ipsos.

Diretora do Ibope, Márcia Cavallari afirma que, apesar de ser difícil prever qual será o impacto da internet nas eleições – que tem sido difuso em eleições passadas – ele não será pequeno. “No Brasil, 102 milhões de pessoas têm acesso a esses canais. Em 2013, eram 78 milhões. As redes sociais vão ser muito mais importantes do que foram nas últimas eleições”, diz.

Pesquisa do Ibope deste ano apontou que 36% dos eleitores brasileiros acreditam que a internet terá “muita importância” na hora de decidir o voto. Para 35%, a TV e o rádio também terão influência.

Já o cientista político Hilton Cesario Fernandes, da Fespsp, argumenta que o apoio da juventude não será suficiente para a vitória da extrema-direita. “O discurso radical pega uma parcela da população específica, mas dificilmente convence a maior parte da população numa disputa majoritária, diz.

Por outro lado, Bolsonaro vem crescendo em levantamentos do Datafolha desde dezembro de 2015, quando tinha 5% das intenções de voto. No último, em outubro deste ano, estava com 16%.

Assim como seu ídolo político, Jéssica Melo da Silva, de 18 anos, elogia o regime militar que comandou o país por 20 anos (Foto: Arquivo Pessoal)

Se depender de Jéssica Melo da Silva, 19, seu candidato conservador vai crescer ainda mais. “Faço campanha de graça para Bolsonaro”, diz ela, que gosta de andar com a camiseta do ídolo pelas ruas de Belém e compartilhar material sobre ele em suas páginas nas redes sociais. Com informações da BBC Brasil.

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