Vale assina acordo para fornecer minério de ferro para siderúrgica no Maranhão

A Vale assinou um memorando de entendimento (MoU, na sigla em inglês) com a China Brazil Xinnenghuan International Investment (CBSteel) visando um contrato de fornecimento de minério de ferro para o projeto de siderúrgica que será implantado em Bacabeira (MA). O empreendimento foi anunciado no início deste mês pelo ministro de Relações Exteriores, José Serra.

A informação foi confirmada nesta segunda-feira (12) pela assessoria de imprensa da mineradora por telefone, que não deu mais detalhes sobre o assunto.

De acordo com as autoridades brasileiras, a empresa chinesa deverá investir na primeira fase US$ 3,5 bilhões e US$ 4,5 bilhões na segunda etapa, quando a usina chegará a uma capacidade de cerca de 10 milhões de toneladas por ano. Na primeira fase, a usina terá capacidade de produção de 3 milhões de toneladas por ano e só produzirá fio máquina. Já na segunda, ela começará a produzir vergalhões. O investimento total deve chegar a US$ 8 bilhões.

Segundo o secretário de Desenvolvimento, Indústria e Comércio do Maranhão, Simplício Araújo, o investimento de US$ 3,5 bilhões deverá ser feito pela CBSteel sozinha, “mas a companhia estaria negociando com a Vale e a Vale talvez entre com uma parcela na sociedade”. A mineradora negou a informação e disse apenas que assinou o MoU em agosto deste ano.

O investimento de US$ 3,5 bilhões da companhia chinesa deverá incluir um terminal privativo e uma “cidade inteligente” para os trabalhadores que vão construir a siderúrgica. Araújo, afirmou que o governo do Estado está seguindo com cautela para que o investimento prometido pela CBSteel se concretize.

“O Maranhão já sofreu muito com grandes anúncios de empreendimentos que não se concretizaram e já deixamos essa preocupação clara para os chineses”, disse Araújo. Ele ressaltou que o compromisso do Estado com a CBSteel inclui o terreno do empreendimento, de 2 mil hectares, e 95% de isenção de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) por 10 anos, que poderão ser renovados por mais 10.

Questionado sobre a viabilidade do projeto, Araújo comentou que a usina é um empreendimento de longo prazo e que deve levar cerca de oito anos para ficar pronta. Ele também declarou que o projeto terá como vantagem a previsão de utilização de reservas de gás no próprio Maranhão para a produção de aço. O plano recebeu impulso após leilão realizado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) em abril, afirmou o secretário.

Além disso, a usina estaria numa espécie de entroncamento logístico formado pela ferrovia de Carajás, que a Vale usa para exportar minério de ferro, e o projeto da ferrovia Norte e Sul. “Carajás vai trazer minério e a Norte Sul levaria os produtos siderúrgicos pelo Maranhão para Tocantins, Goiás, Bahia e Mato Grosso”, disse Araújo. Com informações da Reuters e do SteelOrbis. (NMB)

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