“Não vou aceitar a ditadura do Moro e do Ministério Público”, diz Lula em ato no Rio

Em mais um ato público que unificou a esquerda em defesa da democracia e contra o fascismo, o ex-presidente Lula afirmou, nesta segunda-feira (2), que não vai aceitar “a ditadura do Moro e do Ministério Público”, referindo-se à perseguição judicial que vem sofrendo do juiz de Curitiba e de procuradores da operação Lava-Jato. O evento lotou o Circo Voador, no Rio de Janeiro, e contou com a presença de Manuela D’Ávila e Guilherme Boulos, que já apresentaram suas pré-candidaturas respectivamente pelo PCdoB e PSol, além de diversas personalidades da política e das artes, como o cantor Chico Buarque.

Em sua fala, Lula relembrou a construção do golpe que tirou do governo a presidenta Dilma Rousseff e agora tenta excluí-lo das eleições de outubro. “A sociedade brasileira foi anestesiada, vítima de um processo de mentiras que começava às 5h da manhã e ia até a noite”, fazendo menção às mentiras veiculadas pela Rede Globo que foram ampliadas pela Polícia Federal e pelos Ministério Público no processo fraudulento transformado em condenação sem crime e sem provas pelo juiz Sérgio Moro.

“Eu não vim aqui para defender minha candidatura, vim aqui para defender minha inocência. Eles precisam me devolver. Quero que eles parem de mentir a meu respeito. Digam a verdade. Quero ser julgado com base no mérito do meu processo”, cobrou Lula.

O ex-presidente disse que gosta tanto da democracia que gostaria de fazer um debate com o juiz Moro e com os desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª região sobre o seu processo. “Não aceitei a ditadura militar e não vou aceitar a ditadura do Moro e do Ministério Público”, garantiu.

Em relação ao julgamento do seu pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF), marcado para a quarta-feira (4), Lula disse que não quer benefício pessoal, mas apenas espera que seja feita Justiça.

O petista saudou as outras pré-candidaturas presentes e exortou a militância a continuar firme na luta. “Esse ato é um marco. Veja, ter uma mulher candidata como a Manuela D’Ávila, um jovem como o Guilherme Boulos… A democracia só vai se consolidar quando aprendermos a conviver na diversidade. Isso não é uma seita. É aprender a respeitar a liberdade do outro”, defendeu.

“Não pensem que a luta é fácil. E não tem problema que a gente perca uma luta, mas não podemos perder a disposição de lutar. E na hora de vocês votarem para presidente, pensem nos deputados e senadores que vocês vão votar. Senão você coloca um presidente e deixa ele na mão”, convocou Lula.

O deputado Wadih Damous (PT-RJ) participou do ato e elogiou a participação de Lula e a unificação da esquerda. “Foi mais um ato importante com unidade da esquerda e com uma grande participação do presidente Lula, que tem percorrido o país para expor a sórdida perseguição judicial que tem sofrido. Como ele próprio destacou, a luta não é fácil, mas temos que estar à altura do nosso papel histórico e isso significa dedicarmos toda a nossa energia para reverter esse golpe iniciado com a deposição ilegal da presidenta Dilma e derrotar o fascismo que está querendo sair do esgoto”, ressaltou Damous.

Marielle – Dirigindo-se ao público e à mãe da vereadora Marielle Franco, Lula mandou um recado aos seus assassinos e à Rede Globo. “Se a Globo tivesse falado da Marielle em vida meio por cento do que falou quando ela morreu, talvez ela não tivesse sido morta. Eu queria dizer que sei o que estamos vivendo e sei o que a gente perdeu. Quero dizer para a mãe da Marielle: sabe qual é o erro daqueles que praticam a violência? Eles acham que matando a carne eles matam as ideias”, alertou.

Rogério Tomaz Jr.

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