O que se sabe sobre a varíola do macaco no Brasil

Mpox - Varíola do Macaco
Mpox

A varíola do macaco (monkeypox), rebatizada como mpox pela Organização Mundial da Saúde (OMS), ainda representa um desafio de saúde pública no Brasil. Após o surto mundial de 2022, o vírus permanece circulando de forma localizada, mas com potencial de causar complicações graves em populações vulneráveis.

O Portal Canaã reuniu o que se sabe até agora sobre a situação da doença no Brasil.


O que é a varíola do macaco?

A varíola do macaco é uma infecção viral causada pelo vírus monkeypox, pertencente à mesma família da antiga varíola humana. A transmissão acontece por contato direto com lesões de pele, fluidos corporais, gotículas respiratórias e objetos contaminados.


Situação atual no Brasil

Desde a chegada do vírus em 2022, o Brasil registrou milhares de casos, com maior concentração nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Em 2025, os casos reduziram drasticamente, mas ainda surgem notificações esporádicas, principalmente associadas a contatos diretos e descuidos em medidas de prevenção.

O Pará registrou o primeiro óbito do ano neste domingo (28), em Belém, envolvendo um jovem de 27 anos. A morte reforça a necessidade de vigilância contínua.


Como o vírus é transmitido?

A transmissão ocorre de três formas principais:

  • Contato direto com as lesões de pele ou mucosas de uma pessoa infectada.
  • Secreções respiratórias em contatos prolongados (abraços, beijos, relações sexuais).
  • Contato com objetos contaminados, como roupas, toalhas e utensílios.

Vale destacar que o vírus não se transmite de forma rápida como a Covid-19 — ele exige contato próximo.

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Principais sintomas

  • Febre alta
  • Dor de cabeça
  • Dores musculares e nas costas
  • Ínguas (linfonodos inchados)
  • Erupções cutâneas (que evoluem de manchas para bolhas e crostas)
  • Cansaço intenso

Os sintomas geralmente aparecem de 5 a 21 dias após a exposição ao vírus.


Há vacina no Brasil?

Sim. O Ministério da Saúde iniciou, ainda em 2023, a vacinação de grupos prioritários, como:

  • Pessoas imunossuprimidas
  • Pessoas vivendo com HIV
  • Trabalhadores da saúde expostos a riscos

A vacina utilizada é a MVA-BN (Jynneos/Imvanex), que é segura e baseada em vírus não replicante.


Casos graves e risco de morte

Apesar de a maioria dos casos serem leves ou moderados, pessoas com imunidade baixa, crianças pequenas e gestantes estão em maior risco de evolução para formas graves, incluindo infecção generalizada, pneumonia e encefalite.

A taxa de letalidade da doença no Brasil é considerada baixa (menos de 1%), mas o alerta é constante.


Como se proteger?

  • Evitar contato próximo com pessoas com lesões suspeitas.
  • Não compartilhar objetos pessoais.
  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou álcool em gel.
  • Usar máscara em ambientes de risco.

Monitoramento e perspectivas

O Ministério da Saúde mantém o Sistema Nacional de Vigilância em Saúde ativo para detecção precoce e contenção de novos surtos. Em 2025, o Brasil caminha para um controle mais estável da doença, mas ainda enfrenta desafios em áreas de difícil acesso ou baixa cobertura vacinal.

A recomendação é que a população mantenha a atenção aos sintomas e adote medidas preventivas simples para evitar a reintrodução de novos surtos.

Confira algumas curiosidades sobre a doença

📌 1. A doença foi descoberta em macacos, mas eles não são o principal reservatório

Apesar do nome “varíola do macaco”, o vírus foi identificado pela primeira vez em 1958 em colônias de macacos de laboratório. No entanto, os principais reservatórios naturais são provavelmente roedores silvestres, como esquilos e ratos da África.


📌 2. Primeiros casos humanos surgiram em 1970

O primeiro caso humano confirmado ocorreu em 1970 no Zaire (hoje República Democrática do Congo), em uma criança de 9 meses.


📌 3. Existem dois tipos principais do vírus

O vírus da varíola do macaco tem duas variantes genéticas:

  • Clado da África Central (mais grave, taxa de letalidade entre 1% e 10%)
  • Clado da África Ocidental (menos grave, taxa de letalidade abaixo de 1%)

O surto mais recente, inclusive no Brasil, é associado ao clado da África Ocidental, menos letal.


📌 4. Pode deixar cicatrizes profundas

As bolhas causadas pela doença, especialmente se infeccionarem ou forem manipuladas incorretamente, podem deixar cicatrizes permanentes, principalmente no rosto e nas mãos.


📌 5. A transmissão sexual é considerada relevante

Embora inicialmente não fosse vista como uma doença sexualmente transmissível, evidências apontam que o contato íntimo (pele com pele, mucosas) durante relações sexuais tem sido um dos principais modos de disseminação no surto recente.


📌 6. A vacina contra varíola humana protege também contra monkeypox

Vacinas antigas contra a varíola humana oferecem até 85% de proteção contra a varíola do macaco. Em alguns países, vacinas atualizadas (como a MVA-BN) já estão sendo usadas para grupos de risco.


📌 7. A OMS mudou o nome para reduzir estigma

Em 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou o uso do termo “mpox” em vez de “monkeypox”, para evitar estigmatização e associações preconceituosas a macacos e à África.


📌 8. Casos podem durar semanas

A doença geralmente é autolimitada, com os sintomas durando de 2 a 4 semanas, mas em casos graves pode exigir hospitalização devido à infecção secundária ou complicações respiratórias.

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