Em Parauapebas se fala em crise com a cidade liderando a geração de emprego no mês de maio no Pará

Parauapebas tem seus problemas, sim. Mas crise? Se for esta, tem muito município querendo uma igual.
Parauapebas - PA

Em Parauapebas, muita gente gosta de repetir a palavra “crise” como se fosse um diagnóstico inevitável. Mas basta olhar os dados mais recentes para perceber que há algo fora do lugar nesse discurso. Afinal, como pode uma cidade estar em crise e, ao mesmo tempo, liderar a geração de empregos formais no Pará?

Um levantamento do economista Wesley Oliveira, com base nos dados do Ministério do Trabalho e Emprego, mostra que Parauapebas fechou o mês de maio com saldo positivo de 1.210 vagas com carteira assinada, o maior número do estado. Na sequência aparecem Belém, Barcarena (550), Abaetetuba (514) e Marabá (496). São números que colocam Parauapebas no topo, mais uma vez.

Mas as contradições não param por aí.

Mesmo com o anúncio da Vale de R$ 70 bilhões em investimentos até 2030 no chamado Programa Novo Carajás, o discurso da “crise” segue acalorado. O programa prevê uma nova fase de expansão na mineração sustentável, com foco em minério de ferro de alta qualidade e minerais críticos. A promessa é de uma contribuição de R$ 80 bilhões a R$ 100 bilhões por ano ao PIB do Pará, além de impulsionar exportações em até R$ 15 bilhões.

Difícil chamar isso de estagnação.

No dia 31 de janeiro, outra boa nova: o Portal Canaã noticiou em primeira mão que a Circula, empresa criada pela Vale para atuar na cadeia do cimento sustentável, fechou contrato com a alemã Thyssenkrupp Polysius para construir a maior planta de argila ativada do mundo. Um projeto com capacidade para produzir 960 mil toneladas de “cimento verde” por ano, com baixa emissão de carbono e uso de rejeitos da mineração, inovação com impacto ambiental e econômico.

Quantos municípios brasileiros gostariam de viver essa “crise”?

Quem anda pelas ruas de Parauapebas vê prédios sendo erguidos, galpões ganhando forma, obras que não param. O canteiro urbano não condiz com o tom melancólico que alguns insistem em propagar. Há desafios, como em qualquer cidade em crescimento acelerado. Mas os indicadores, os investimentos e os canteiros de obras mostram uma realidade que está longe da paralisia.

Parauapebas tem seus problemas, sim. Mas crise? Se for esta, tem muito município querendo uma igual.

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