O Palácio do Planalto decidiu suspender a veiculação do pronunciamento da presidente Dilma Rousseff aos brasileiros, que foi gravado hoje de manhã e seria veiculado à noite, em rede nacional de rádio e televisão. O pronunciamento, com oito minutos de duração, foi suspenso por recomendação do ministro da Advocacia Geral da União, José Eduardo Cardozo.
Hoje, mais cedo, o partido Solidariedade protocolou uma ação civil pública na Justiça Federal para impedir a veiculação do pronunciamento. O partido alega que a ferramenta é reservada para falas institucionais e Dilma não poderia recorrer a ela para fazer a defesa política do seu mandato. O Valor PRO apurou que Cardozo recomendou que Dilma evite novos contratempos jurídicos às vésperas da votação da abertura do processo.
Outra avaliação de auxiliares presidenciais é de que o pronunciamento poderia se transformar em um “tiro no pé”, provocando novos panelaços às vésperas da votação, e num momento em que os articuladores políticos ainda tentam reverter votos favoráveis ao afastamento de Dilma.
A ideia do pronunciamento foi articulada com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com a cúpula do PT. A proposta era que Lula se manifestasse pelas redes sociais, conforme o vídeo do ex-presidente que começou a circular no final da manhã, e Dilma falasse diretamente aos brasileiros à noite, afirmando que há uma tentativa de golpe contra ela em curso no país.