Cerca de 1,6 milhão de paraenses terão acesso à tarifa social com novo modelo de saneamento

Foto: Marco Santos / Ag. Pará

No Pará, onde a floresta conversa com as águas e o povo resiste com a força de quem aprendeu a viver com pouco, um anúncio feito nesta sexta-feira (11) pode mudar os rumos de mais de 4,3 milhões de pessoas. Com um investimento robusto de R$ 15 bilhões, foi realizado o certame que definiu a concessão regionalizada dos serviços de água e esgoto em 99 dos 144 municípios paraenses.

A Aegea Saneamento, uma das maiores empresas do setor no Brasil, arrematou os blocos A, B e D da licitação por aproximadamente R$ 1,4 bilhão. A sessão pública aconteceu na sede da B3, em São Paulo, e reuniu autoridades como o governador Helder Barbalho, o ministro das Cidades, Jader Filho, e o presidente da Assembleia Legislativa do Pará, deputado Chicão.

Pode parecer mais uma dessas notícias de bastidor técnico, longas sessões de licitação, papéis assinados, gravatas ajeitadas e de fato foi isso também. Mas, para 1,6 milhão de pessoas, o que se decidiu ali tem nome, rosto e cheiro de alívio: a tarifa social.

Gente que hoje conta moeda para pagar o básico vai ter direito a 50% de desconto no consumo de até 15 mil litros de água por mês. Para muitos, isso significa a primeira vez em que abrir a torneira não virá com o medo de no fim do mês faltar o dinheiro da comida. Um alívio escondido num detalhe técnico: abono no custeio da interligação de hidrômetros à rede doméstica. Palavra difícil, mas o impacto é simples menos burocracia e mais acesso.

O projeto traz o maior percentual de contemplados com tarifa social do país. Isso, por si só, já é um recado. O Pará, tantas vezes esquecido nos grandes planos, foi lembrado com a dignidade que seus rios, suas aldeias e periferias sempre pediram: água limpa e esgoto tratado.

No meio da formalidade da sessão pública, com governador, ministro e deputados reunidos, foi possível ouvir ainda que nas entrelinhas a voz de quem vai se beneficiar. Da mãe que vai poder dar banho no filho sem se preocupar se está gastando demais, do avô que vai ligar a torneira e ver água onde antes era só promessa.

Governador Helder Barbalho, aliás, fez questão de lembrar que os olhos do Estado estarão abertos para fiscalizar as tarifas e proteger o usuário. Porque não adianta avançar se a conta não fecha para quem mais precisa.

O Pará deu um passo grande. E, mais do que isso, deu um passo justo. Porque quando 1,6 milhão de pessoas passam a ser vistas não como números, mas como cidadãos com direito à dignidade, é o próprio estado que começa a se lavar de velhos descuidos.

3 respostas

    1. Essa privatização é um golpe vai por mim, isso aí vai beneficiar os empresários que vão ganhar uma fortuna nas costas dos moradores. Sem contar que tem uma lei que proibi que a água seja privatizada. Onde moro ja tá privatizada e as pessoas pagam um caro pela água pois além da água paga esgoto. Tem pessoas que nem consegue pagar, acumula 3 meses e só o valor chegam a 1200 de água ou mais. Pessoal vão ser pegos de surpresas.

  1. Golpe tá aí cai quem quer, a privatização da água é algo que vai contra a constituição que diz que a água é um bem público e de responsabilidade do serviço público. Com a privatização a água vai ficar cara no bolso dos Paraenses, pois não vai pagar só água esgoto também, e ainda tem o iptu. Acordem que ainda dá tempo, quando a água tiver 100% privatizada a população vai perder o direito a ela. Muitas famílias vão ser prejudicadas, muitas não vão conseguir pagar, falo porq onde moro já tá privatizada, e tem moradores que já pagaram mais 600 só de água sem usar, outros ate mais.

Deixe um comentário

Acompanhe as notícias de Investimentos, Criptos e Ações